ai teixeira, ai teixeirinha que desgraça, os quadros vão dar de frosques e nós aqui tão tristes!

Quem é que nos acaba o resto?
Este país não pára de surpreender, qual república das bananas qual carapuça!, se já nem de palco de ópera-bufa o podemos apodar, nem de circo de palhaços, nem de arena de fantoches, nem de cói de chicos-espertos.

Vem este pequeno aranzel, à laia de introdução, a propósito de quê?

Do que se diz hoje nos jornais: que os administradores da Caixa Geral de Depósitos, a quem as preocupações lhes estão a tirar o sono e a dar seborreia nas partes recônditas, resolveram enviar uma carta reivindicativa ao Ministro das Finanças, o Teixeira de que fala o título e de quem a memória começa a ser triste ainda o andor do santinho anda pelo adro a fazer das suas, para que os quadros da instituição (de caridade, está bom de ver) não sejam abrangidos pelas medidas de austeridade previstas no Orçamento do Estado para 2011.

É preciso ter descaramento e dos grandes, não têm vergonha nas fuças nem pruridos na consciência. Ou, como diria a minha avó Quitéria, mais vernácula do que eu benza-a Deus, do que estão a pedir é de um pano encharcado nas ventas e de um cabo de vassoura enfiado por um sítio que eu cá sei mas que, manda a educação, guardo para mim a muito custo.

Vai-nos o Teixeira ao bolso como o gato vai ao bofe e a varejeira ao monturo, só ainda não nos taxou o oxigénio que respiramos porque, alminha benfazeja, não nos quer ver todos a lerpar com falta de ar, já que de dinheiro estamos conversados, e, eis senão quando, vêm os altos líderes da não menos alta finança nacional, entre os quais se contava até há pouco tempo o grande Vara - o stripper da Porcalhota, estão lembrados? -, apelar para que o governo impeça a sangria de quadros superiores que se teme e se prevê e será fatal como o intestino grosso se os cortes salariais se vierem a consumar, isto para não referir os cortes de demais prebendas, que disso não falam e não será por pudor, que o não têm não senhor, já o disse lá atrás mas repito-o por via das dúvidas e porque, de tanto malhar em ferro frio, algum dia há-de haver martelada, olá se há-de, e só se vão perder as que cairem no chão.

Aqui fica uma ideia para os trabalhadores, que os há, deste Portugal massacrado: ameaçarem os respectivos patrões que vão mudar de empresa se continuarem a ganhar esmolas em vez de salários, ameaçar o governo que vão mudar de país se continuarem a ser espoliados até que dos bolsos nada mais saia a não ser cotão, ameaçar o José-Nome-de-Filósofo que lhe vão fazer concorrência e começar a mentir nas declarações de impostos e a responder a anúncios de emprego alegando que têm cursos que não tiraram ou lhes sairam na farinha Amparo, entre outras trapalhadas que, num país de jeito, já o tinham posto com dono ou, como diria mais uma vez a minha avó Quitéria, a quem as papas nunca embargaram a língua, já o teriam mandado com a da mãe às costas e com a do pai aos ombros.

Disse? Está dito.

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