É para a esquerda que me levam a razão e o coração. Mas nunca li Marx, ou Lenine, ou Engels, ou Trotsky. Feita esta confissão, que indignará alminhas à esquerda e à direita, pois quem não lê os "clássicos" não deve botar faladura, passemos ao porquê do aranzel: porque me custa, palavra de honra que custa, ver a esquerda, num tempo destes, dividida em clubes, quintinhas, facções, onde cada líder, e cada cidadão anónimo, alça a perninha para marcar território. Todos eles certamente doutos, não terão deixado de ler Marx, e Lenine, e Engels, e Trotsky, e assim e assado, tomam partido, fomentam ódios e rivalidades, provocam a desunião, o desamor, às vezes mais hostis entre uns e outros do que contra os seus verdadeiros inimigos. Mas o momento é grave, dos mais graves que a vida me tem dado viver. Ainda ontem, andei pela net a bisbilhotar anúncios de emprego. Ofertas há. A 500 e 600 euros de salário em troca de qualificações altíssimas e em troca, muitas vezes, de país. Ou