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A mostrar mensagens de janeiro 1, 2014

sobre a televisão em dia de funeral

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Ontem, todos os canais portugueses, os generalistas e os de informação, estiveram praticamente o dia inteiro a acompanhar as cerimónias fúnebres de Eusébio. Abutres à volta da carniça que dá audiências. Horas e horas de momentos de televisão em que nada acontece e, como os repórteres nada têm para relatar, palram. Palram demais. Do rei. Do king. Do maior jogador de todos os tempos. Eusébio é Portugal e Portugal é Eusébio. O jogador global etc. e tal. Frases bacocas, frases tolas, frases redundantes, frases pomposas, num português titubeante e tantas vezes medíocre. Eusébio merecia melhor. E nós também. Os telejornais imitam os piores tablóides. O resto da programação limita-se às telenovelas, enlatados, música pimba e reality shows a rondar a abjecção. Os apresentadores e enternainers são fabricados em proveta e escrevem livros, muitos livros escrevem eles, best sellers da moda que se vendem no supermercado a preços sensacionais, como se fossem vinho ou iogurtes ou tremoços ou

quem não deve, não treme

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Que dizer de um presidente que mais não é do que uma mera correia de transmissão do governo? Às vezes, só às vezes, e parece-me que só quando essas vezes lhe tocam directamente na carteira, mostra sinais tímidos de rebelião, logo abafados por outros ditos e dichotes que mostram de que lado está, da economia que mata.  A razão por que os portugueses o elegeram duas vezes primeiro-ministro e duas vezes presidente da República é um mistério que, para mim, permanece insolúvel. Não tem carisma, não tem figura de estadista, não tem pulso, não tem ponta por onde se lhe pegue. É um mal que arrastamos connosco há demasiados anos.  Desacreditado, desautorizado, desmoralizado, abandonará a presidência sem que lhe tenhamos conhecido uma palavra, um gesto, uma iniciativa que honre a sua passagem por Belém. Faz-nos passar as passas do Algarve. Que volte para Boliqueime e que por lá fique a gozar as pensões que não lhe chegam. Não deixará boas recordações de um tempo em que mais preci

um chá de adrenalina

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Perto da cidade chinesa de Huayin, existe uma casa de chá. Mas não é uma casa de chá qualquer. Para se lá chegar é preciso desafiar a morte, e são muitos os que o fazem, a popularidade do local é cada vez maior. Se sofre de vertigens, se tem pânico das alturas, se tem amor à vida ou, o mais provável, falta de dinheiro para ir até lá, limite-se a olhar para as fotografias e para os vídeos. Vai-lhe chegar e sobrar. Todas as fotografias recolhidas em: http://masterok.livejournal.com

um apartamento em paris

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Falemos de coisas fúteis, que desta vez vale a pena. Receando os nazis, uma mulher refugia-se no sul de França e, por razões desconhecidas, nunca mais voltou à sua casa em Paris, que deixou abandonada durante cerca de 70 anos. Só após a sua morte, aos 91 anos, o apartamento foi reaberto, descobrindo-se um verdadeiro tesouro em mobiliário, objectos decorativos e obras de arte. Um dos quadros encontrados no espólio, atribuído a Giovanni Boldini, foi avaliado em 3 milhões e meio de dólares e retrata a actriz Marthe Florian, avó da dona da casa. Getty/ http://twistedsifter.com Getty/ http://twistedsifter.com Getty/ http://twistedsifter.com Getty/ http://twistedsifter.com Getty/ http://twistedsifter.com Getty/ http://twistedsifter.com

morreu o rei, viva o rei!

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Tenho o maior respeito por Eusébio e pelos seus feitos. Mas os telejornais, os jornais, a rádio, as redes sociais, os jornais online só vivem desde ontem para Eusébio depois de morto. Não será um bocadinho demais? E dos vivos? Quem cuida deles, quem se importa com eles, quem lhes dá uma mão?  Todos os dias morre gente por obra e graça da dieta austeritária que nos enfiam pelas goelas. E se afinássemos todos a garganta, em uníssono, para espantar os espectros que nos ensombram os dias, dia e noite? Fechem-se as portas. Afugente-se o coelho. Sem dar cavaco, façamos de coveiros deste desgoverno moribundo. Choremos Eusébio. Mas choremos também o luto no coração dos milhões de portugueses que, desempregados, empobrecidos, humilhados, padecem às garras e nos dentes dos lobos esfaimados por dinheiro e sangue.

eles têm o poder, nós temos a razão

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Ângelo Lucas/ http://www.dinheirovivo.pt Por Baptista-Bastos http://www.jornaldenegocios.pt Não sei se era velho. Sei, isso sei, que estávamos cansados dele e do que para nós representou de fome, de desemprego, de miséria, de desespero sem fim, de mentiras e de embustes. Se não houver alterações substanciais, este, que chegou, será mais e pior do mesmo. Portugal parece alheado: andou numa fona de gastos, e a correria às compras deu a ideia de que a normalidade era a regra. A alegoria segundo a qual os bárbaros estão às portas de Bizâncio e os bizantinos discutem o sexo dos anjos, reformula, uma vez mais, a imperdoável e sempre repetida negligência dos caracteres. 2013 foi o que foi porque o permitimos. 2014 adivinha-se o que será e nós andamos às compras. Informam graves estudos de que, a partir de agora, desempregados com 40/45 anos nunca mais encontrarão ocupações. Os celtas antigos atiravam os velhos das falésias, por inúteis; os modernos matam-nos de modo mais sofist

façam-me lá este favor!

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Pedro, Paulo e outros apóstolos do regime neofascista onde cá vamos cantando e rindo, coadjuvados pelos propagandistas de ocasião, e como toda a gente sabe a ocasião faz o ladrão, bombardearam-nos nos últimos tempos com boas novas, talvez por influência da quadra que se quer benfazeja. Os portugueses estão a gastar mais, a economia recupera a olhos vistos, levantou-se mais dinheiro nos multibancos, o Natal foi mais feliz e mais pródigo para todos, as lojas andaram cheias, os vendedores num corropio, carregaram-se sacos e sacos de prendas e vitualhas para casa de cada um, é o milagre económico anunciado por Pires de Lima, o país de Cavaco deixou de andar escavacado por desígnio, talvez, de Nossa Senhora, a de Fátima, a das Dores, a dos Aflitos, a dos Defuntos, a dos Desvalidos. Todas elas, em uníssono, velaram por nós, mais uma vez ao menino e ao borracho puseram, a mando de Deus, as mãos por baixo. Estava eu nestas benignas divagações quando, num momento de azar, abro a Visão e

quanto mais nos bates mais gostamos de ti?

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Dizem as sondagens, a crer no Jornal de Negócios, que os portugueses estão hoje mais satisfeitos com Passos Coelho do que há um ano. Estarão os portugueses mais estúpidos do que há um ano? Os génios das sondagens mais trapaceiros? Os jornais mais mentirosos? É que, do benigno ser que o PSD pariu e que nos atiraram às trombas quando lhes rebentaram as águas, não vem nada que nos possa deixar satisfeitos. A não ser que gostemos de ser roubados, empobrecidos, aviltados todos os dias, 365 dias por ano se tivermos a sorte dele não ser bissexto. Li hoje que a GNR anda, em alguns distritos, a cobrar 7 euros pelo teste do balão. A vilanagem não está farta, o chefe de quem os portugueses parecem andar tão encantados inspira este e outros roubos. Porque de roubo se trata. Com polícia como esta, para quê outros ladrões? É certo que a lei tem seis anos, antes do reinado leporídeo. Mas é sintomático que só agora seja aplicada. Mesquinha, usurpadora, imoral. A fazer lembrar alguém.

um só pedido: que portugal se livre de paulo portas

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http://www.ionline.pt Por Luís Rainha http://www.ionline.pt Não preciso que algo de funesto aconteça à criatura. Satisfaço-me com uma demissão mesmo irrevogável, um fiasco eleitoral, uma pena de cadeia, um chilique a sério. Sei que é prece complicada, mesmo para a parca mais caridosa. O homem tem resistido a tudo: derrotas nas urnas, escândalos por todo o lado, a sua própria costela saltitona, submarinos, casinos, fotocópias, o Capelo Rego, sobreiros, etc. E lá segue a plantar ovos de cuco na máquina do Estado; agora foi o menino do Belenenses, amanhã ainda acordamos com o Telmo Correia no palácio de Belém. Paulo Portas é um furúnculo no rosto já escalavrado da República. Cresce, engorda, alastra; sempre à vista de todos, o perfeito emblema da impunidade pavoneada, esfregado na miséria portuguesa como sal sobre chagas. É a desculpa perfeita para quem se recusa a votar, a reclamar, a mudar. Livremo-nos dele. A ver se temos um 2014 com mais ar puro e espaço para a decênci