Em conferência de imprensa, porque o que é preciso é fazer a devida publicidade aos penosos sacrifícios dos altos estadistas pátrios, o governo anunciou a redução da composição do gabinete do primeiro-ministro. Assim sendo, os adjuntos passam de 15 para 12, os secretários de 20 para 15, os motoristas de 23 para 12. Os assessores mantêm-se em número de 10. Até dou de barato que o gabinete de um chefe de governo, mesmo de uma República em processo de insolvência, não é uma tasca qualquer. Mas o número de funcionários parece-me, ainda assim, exagerado. Para quê tanto secretário? Para quê tanto motorista? O primeiro-ministro é só um, precisa de uma dúzia para quê? Será que os secretários, os adjuntos e os assessores também têm automóvel e motorista à disposição? Não podem conduzir as suas próprias viaturas, como qualquer cidadão normal? O Estado acreditou, ao longo das últimas décadas, que era rico. Esse sim, viveu e ainda vive acima das suas possibilidades. E é por isso, e só por isso,