Lá vieram os apaniguados, os apoderados, os comparsas, os prosélitos, os sabujos do Coelho indigesto, mais os comentadores encartados e os politólogos engajados, mais os equilibristas, os malabaristas, os palhaços, domadores, trepadores e demais troupe do grande circo lusíada, lá vieram todos eles cantar vitória, deitar foguetes e apanhar as canas, que os sacanas nunca fazem a festa por menos. A economia do País está a recuperar, ufanam-se!, crescemos no último trimestre mais do que o resto da Europa, gabam-se!, o desemprego está a baixar, regozijam-se!, a crise já era, Portugal já é. Esquece-se essa gente de que, entretanto, centenas de milhares de pessoas foram escorraçadas dos seus empregos e que, em larga maioria, nunca mais voltarão a encontrar trabalho. E esquecem-se que milhares de empresas fecharam as portas, que os impostos subiram em flecha sob a batuta de um tresloucado e que, excluindo uns poucos milhares de larápios e finórios, os do costume, os donos de Portugal