Como é que se chamará um nativo da antiga República Portuguesa, agora República das Baldracas? Baldraquino? Baldraquiano? É nisto que nos tornámos, habitantes de um território de má fama, sem rei nem roque, sem grei nem lei, onde se mente, se engana, se rouba com o despudor e o à-vontade de um reles pilha-galinhas. Os casos têm-se sucedido a um ritmo alucinante: BPN, submarinos, BES, vistos Gold, Citius, mortes nas urgências, escolas paralisadas, Miguel Relvas, a Tecnoforma e os outros zunzuns que envolvem Passos Coelho, privatizações à Lagardère, atropelos sucessivos à Constituição, lista VIP, tantos, tantos têm sido os despautérios, as tramas, os escândalos, as suspeições, os desmentidos de desmentidos que, às duas por três, já não se sabe quem mente ou quem desmente, e nada acontece a não ser a demissão de uns directores-gerais que, sozinhos, se prestam a subir ao cadafalso. A ninguém, absolutamente ninguém, se dá voz de prisão. A não ser, corrijo, a Sócrates. Culpa...