os homens de palha
Por Baptista-Bastos http://www.dn.pt/ O primeiro-ministro disse não haver aumento de impostos. O coro de vozes foi unânime: nenhuma nele acredita. Passos Coelho chegou, de facto, ao grau zero da credibilidade, e já não se trata de fé: o homem, sobre ser o primeiro-ministro mais detestado da II República (esta, porque no período de Salazar o conceito republicano e os seus valores foram brutalmente espezinhados), é, de certeza, o que tem com a verdade uma relação totalmente conflituosa. Os subterfúgios de linguagem, a que Passos nos habituou, com desenvolto desaforo, fê-lo acrescentar, ao discurso do apaziguamento, este acrescento decisivo: não haverá aumentos durante este ano; ora, o ano está a findar, e significa que, durante três meses, os portugueses podem estar descansados. Estávamos neste interregno de placidez eis senão quando a notícia do sobressalto agitou as nossas almas: o buraco orçamental aumentou perturbador e trágico. Às doenças económicas, que apoquentam ...