São como água e azeite. Azeiteiro digo eu, sem qualquer intenção de apoucar, de acordo com o que o dicionário me ilustra, os mercadores de azeite, os ostentadores de nódoas e os esfoladores de meretrizes, se não acredita em mim vá conferir ao canhenho que repousa aí por casa há um ror de luas, a madraçar e a ganhar pó. Só um deles, porém, só um deles, o azeite ou a água, é que procede com tino e denodo. Aquele que, presidindo aos destinos do seu país com o mais notável dos desempenhos, a mais fervorosa das determinações, assume a pose do estadista emérito, a catadura do líder nato, a aura da imortal figura, o aprumo dos heróis de mar e guerra, o semblante do ser iluminado. Porque, sabe-o ele e sabem os concidadãos que nele votaram e nele voltarão a votar de bom grado e mente leve, não se tem poupado a esforços, titânicos por assim dizer, proverbiais já se vê, providenciais por obra e graça do espírito santo, para salvar o país do naufrágio instante, da hecatombe iminente, da derrota ...