Durante anos, li Miguel Sousa Tavares com gosto e, não poucas vezes, concordei com ele. Ultimamente, tem-me desiludido. Dadas as circunstâncias, as dele ou as minhas, ou eu me radicalizei à esquerda ou ele se anda a aninhar à direita. Certo, certo, é que a crónica de hoje no Expresso, acerca dos motins em Inglaterra, é digna de um qualquer skinhead e tão trauliteira como o são os amotinados que ele condena. Não apoio nem apoiarei, entenda-se, quem destrua, incendeie, roube, seja sob que pretexto for. Mas também acho abominável este tipo de linguagem. Desbragada. Chocarreira. Digna de um qualquer arruaceiro, daqueles que se embebedam com litradas de cerveja até cairem para o lado a vomitar. A mim sim, este texto deu-me vontade de vomitar. «Dá vontade de agarrar nestes tipos e atirá-los ao mar. (…) Não são parte de uma geração à rasca, são sim parte do mal. E o mal, desgraçadamente, existe, vive paredes-meias connosco e só há uma forma de o combater que é reprimi-lo s...