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A mostrar mensagens de novembro 23, 2014

o linchamento de josé sócrates

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Por Miguel Sousa Tavares http://expresso.sapo.pt/ “Mal se anunciou a prisão de José Sócrates, o país saiu à rua em festa virtual... Fui testemunha, madrugada fora, da felicidade de milhares... O cidadão comum teme que José Sócrates acabe sem castigo. Eu também”. Alberto Gonçalves, “DN”, 22.11.14 O “cidadão comum” e o Alberto Gonçalves podem estar descansados: pior castigo do que aquele que José Sócrates já teve é difícil. Tratando-se do cidadão José Sousa, os danos sofridos por ora ficariam no estrito conhecimento de alguns familiares e amigos íntimos, aguardando ele, quase de certeza em liberdade, que o julgamento os agravasse ou não. Mas tratando-se do cidadão José Sócrates Pinto de Sousa, os danos — pessoais, familiares, políticos e profissionais, agora e para sempre — são irreversíveis. E à prisão preventiva soma-se a condenação preventiva e definitiva. Se a vontade do “cidadão comum” fosse bastante, nem haveria necessidade de julgamento: ele já está feito. Nin

os limites e os constrangimentos que nos cercam

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Luís Pardal/Global Imagens/http://www.dn.pt/ Por Baptista-Bastos http://www.jornaldenegocios.pt/ O caso Sócrates (se, de facto, há "caso") inundou de perplexidade a perplexidade do viver português. As peripécias que envolveram a detenção do ex-primeiro-ministro e, depois, as declarações de Mário Soares, à entrada da prisão de Évora, irritaram meio mundo e o outro, e ambos esses meios têm a sua dose de razão. Soares é o que é, e nada a fazer para alterar o comportamento do velho político. Mas é comovedor que um homem à beira dos noventa anos se desloque de Lisboa, manhã cedo, para abraçar um amigo em dificuldades. Se as afirmações de Soares inquietaram outros, o mal será deles. Há que destruir a tese de conspiração, a começar pelo esclarecimento que é devido a quem não sabe o que se passa. Afinal, Sócrates é acusado de quê? Com fundamentos mais rigorosos e, acaso, mais consistentes, o dr. Ricardo Salgado beneficiou de um tratamento ameno, fazendo nós comparações nad

eu cá p'ra mim, não há ai não, maior prazer do que o selim e a mulher

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chamem-me antes carpideira

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Porque não partilho do regozijo da direita (e, vá lá, de uma certa esquerda) com a prisão de Sócrates, porque tenho mais medo da reeleição de Passos Coelho do que de contrair uma doença maligna que me leve desta para pior, porque se Felícia Cabrita, O Sol, O Correio da Manhã andam metidos na estrangeirinha eu salto fora para não ser conspurcado pelos salpicos de imundícia, porque não me armo em juiz de meia-tigela, como tantos outros, e não arrasto Sócrates até ao pelourinho para o açoitar na praça pública, porque as malas com dinheiro, as escutas, o luxo de Paris e o mais que se conta por aí me fazem lembrar um filme policial de terceira categoria, porque a humilhação a que Sócrates foi sujeito me parece encenação maldosa, porque ainda não foi julgado, tenho-me manifestado contra a maledicência e o deleite dos canalhas, a favor de uma Justiça com menos circo e menos fuga de "informações", que investigue, apresente provas e, depois, condene se for caso disso.  Porque a

o que não querem que se saiba acerca da corrupção

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Por Bruno Carvalho http://manifesto74.blogspot.pt/ Há quem duvide de que não há um só banqueiro ou administrador de um grande grupo económico que não tenha o contacto de autarcas, deputados, ministros, primeiro-ministros e chefes-de-Estado nas agendas dos seus telemóveis? Há quem duvide de que a maioria dos escritórios de advogados em que trabalha uma parte dos deputados que exerce essa profissão não sobreviveria sem as empreitadas que os principais bancos e empresas lhes oferecem a troco de determinadas decisões políticas? Num Estado democrático, não pode ser normal que um ministro das Obras Públicas acabe como administrador da maior empresa de construção do país e também não pode ser normal que um administrador de uma companhia de seguros de saúde acabe como ministro da Saúde. Entre o absurdo da cobertura noticiosa da detenção de José Sócrates, sobraram poucos artigos lúcidos sobre a corrupção. Em geral, procura-se individualizar o caso, lançando o ónus da prova sobre o ex-p

o julgamento paralelo de josé sócrates

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http://www.libertynews.com/ Por Alberto Pinto Nogueira* http://www.publico.pt/ As Escrituras narram a parábola de Maria Madalena. Os fariseus, em magote, trouxeram-na à presença do Senhor. Que a condenasse pelos seus muitos pecados. O Senhor atentou na dignidade humana de Maria Madalena. Ouviu-a. Depois, ditou sentença. As questões da Justiça são políticas. Os tribunais exercem um poder soberano. O exercício dessas funções é, por natureza, político. Se os políticos nos transmitem que se não intrometem com o poder soberano dos tribunais, teremos de responder que se trata de mera tautologia. Falam por falar. Não se quadram nem apreciam o silêncio. Exigem e esperam decisões céleres e justas. Directa ou implicitamente, conforme interesses, também partidários e políticos, responsabilizam o que chamam “A Justiça” pelo processamento lento do sistema judicial. Desleixam a Justiça no investimento que não fazem no sistema. Tratam o poder judicial com displicência. Um poder

é mais isso

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alguém alguma vez ouviu falar da tecnoforma?

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Não foi uma, nem duas, nem três vezes que Coelho fez insinuações sobre José Sócrates na entrevista que deu ontem à RTP. Agora que as eleições podem não estar perdidas de todo (deus nos livre e guarde!), apresenta-se calmo, confiante, seguro (ai que falta lhe faz o Seguro!). E o entrevistador, claro, nada de incómodo lhe perguntou. A Tecnoforma não passou, essa sim!, de uma cabala contra ele. O melhor será esquecê-la, enterrá-la, decretar-lhe prisão preventiva e mandá-la para Évora ou Patagónia, tanto faz. O que Coelho quer, disse ele ontem, é que se façam leis que combatam o enriquecimento ilícito. É lícito falar assim. Tem lógica levantar este assunto numa altura destas. Sócrates, estão a ver a coisa como ela é? Enriquecimento ilícito, topam? Sabem somar um mais um, seus lorpas? Coelho é um homem sério. A sério. Os outros vão precisar de ser presos duas vezes, pelo menos, para serem tão sérios quanto ele. Olarilas!

rouba e não faz

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http://www.ps4site.com/ Por Ricardo Araújo Pereira http://visao.sapo.pt/ Se José Sócrates for culpado do que o acusam é o maior génio do crime desde o professor Moriarty. Aquilo a que se costuma chamar um mestre da dissimulação. Eu já vi vários advogados de indivíduos que possuem 25 milhões de euros e não se parecem em nada com o patusco causídico que o antigo primeiro-ministro contratou. Estamos  perante um nível de patusquicidade mesmo muito elevado. É o advogado ideal para milionários que desejam esconder a fortuna. As outras aplicações do alegado dinheiro alegadamente obtido através de alegada corrupção também são desconcertantes. Gostava de propor um teste aos leitores. Coloquem-se no alegado lugar de José Sócrates e completem a seguinte frase: "Bom, agora tenho 50 anos, vou aproveitar os vários milhões de euros que obtive ilegalmente para ...". Quantos preencheram o espaço vazio com a expressão "... escrever uma aborrecida tese de 200 páginas sobre a

estivemos nas mãos de um estúpido?

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http://www.zastavki.com/ A Sábado faz hoje parangona sobre as escutas de que Sócrates foi alvo durante 11 meses e que terão sido decisivas para a sua detenção. Está bem, abelha! Ou Sócrates não tem, nunca teve, a inteligência necessária para ser primeiro-ministro da lusa pátria deixando-se "apanhar" tão facilmente ou, hipótese para a qual mais me inclino, continuam a querer-nos endrominar sugerindo indícios, fazendo acusações subreptícias, largando, como quem não quer a coisa, uma ou outra deixa que deixe na mente de cada um uma única conclusão: CULPADO! Acho que desta vez se meteram por caminhos de abrolhos. Sócrates, já hoje, enviou um comunicado à imprensa. Menosprezaram as garras e a fúria do animal feroz.

a ressurreição da estrela

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A RTP deu-lhe nova vida, passou de jornalista a comentadora política. Com um único tema: Sócrates. Os seus argumentos são de taberna, tão primários como os de um velho legionário em dia não com saudades de Salazar e da menina-dos-cinco-olhos. Jornalismo de sarjeta, razão tinha o Marinho Pinto e olhem que não é todos os dias que dou razão ao Marinho Pinto. Quem tem visto A Barca do Inferno sabe do que falo, da intempestiva Moura Guedes, das acusações de Moura Guedes, das bocas de Moura Guedes, rainha e senhora naquele programa porque ai de Raquel Varela, ai de Isabel Moreira que ousem contrariar a ex-apresentadora, ex-locutora, ex-deputada, ex-cantora, ex-jornalista, alcandorada agora e em má hora ao estatuto de "comentadeira". Como já vem sendo hábito, também neste caso a culpa é toda do Sócrates: foi por causa dele, para melhor o enterrar, que desenterraram Moura Guedes.  Serviço público, é o que é.

"para serem mais honestos do que eu têm que nascer três vezes!"

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Por Jacinto Furtado http://www.noticiasonline.eu A frase que dá título a este texto não é da autoria do individuo retratado, pertence a um outro individuo que dá pelo nome de Aníbal Cavaco Silva. Já lá vamos! Antes de mais uma declaração de interesses. Não tenho particular simpatia por José Sócrates, é-me indiferente se o futuro dele é com vista para a Torre Eiffel ou com vista para o pátio da penitenciária. Tenho esperança que, caso se confirmem os crimes pelos quais é indiciado, seja condenado. Confirmem-se sem margem para dúvidas, sem recurso aquela nova figura jurídica a ressonância da verdade. Confirmando-se os crimes e sendo condenado se a moldura penal para os crimes for de doze anos espero que seja condenado a vinte e quatro. Termino por aqui os temas que me são indiferentes em relação a José Sócrates. Não sou indiferente, mas não me incomoda, o aproveitamento que ao longo dos últimos três anos foi feito do seu nome numa tentativa propagandista de escon

pinto & pinto, responsabilidade ilimitada

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Pinto está feito com Pinto, são unha com carne, carne fraca, carniça para atirar aos lobos, sempre famintos, sempre vorazes. Eu explico. Explico tudo, tintim por tintim. Pinto Monteiro, ex-Procurador Geral da República, foi almoçar com José Sócrates Pinto de Sousa, ex-primeiro ministro. Parvos, atoleimados, foram almoçar em público, como se nada tivessem a esconder, em vez de se refugiarem na casa de um ou do outro ou, então, num qualquer recanto de Monsanto onde não pudessem ser vistos. Muito menos ouvidos. Segundo parece, pelo menos é o que diz o Correio da Manhã, e toda a gente sabe quão credível é o Correio da Manhã, o Pinto magistrado terá dado conselhos ao Pinto político sobre a melhor forma de preparar a sua defesa. O Pinto magistrado é incómodo, diz alto e bom som aquilo que eu penso, anónimo cidadão dado a descrer da Justiça à portuguesa, que o Freeport não passou de uma fraude, uma inventona para atingir Sócrates e o PS. Se Pinto é amigo de Pinto desacr

ritos satânicos

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Excomungem-se os blasfemos, os pedreiros-livres e os livre-pensadores, os Anticristos, os desordeiros, os renegados, os conspiradores e os amotinados, os subversivos, os pobres e mal-agradecidos, os escravos encapotados, os esbulhados e os indignados, os revoltados e os detractores dos donos do poder, conquistado à custa de tão duras penas, tantos esquemas e estratagemas. Reponham-se os autos-de-fé, os linchamentos, o garrote e a forca. Arraste-se o cadáver pela via pública para gáudio da turba ensandecida, para exemplo dos insubmissos. Nomeie-se, à laia de Torquemada, o magistrado com nome de cantor pimba. Regressemos à época medieval, a nossa idade das luzes. Façamos do feudalismo a nossa ideologia, do absolutismo o nosso modo de vida. Idolatremos a intriga, a incompetência, a ganância, a mentira, o ódio, o suborno, a fraude. Promovamos a caridadezinha e o desprezo pelos desvalidos, legalizemos o confisco, instituamos de novo o direito de pernada, a vassalagem, a servidão.

há coisas que não batem certo

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Foi a CGD, com sede em Lisboa, quem denunciou movimentações "estranhas" na conta de Sócrates. Mas foi a PSP de Braga quem iniciou as investigações. Quem é de Braga, quem é? Podem apontar a Sócrates muitos defeitos, mas mesmo os que o odeiam visceralmente não o acusam de estupidez. Assim sendo, porque terá ele mantido uma conta "suspeita" na CGD, sabendo que o banco está tomado por apoderados do seu maior inimigo? O motorista de Sócrates, o senhor Pernas, viajava até Paris para levar ao engenheiro malas cheias de dinheiro. De carro. Ou seria malaposta? Quem escreveu o argumento disto? Conan Doyle? O caso Casa Pia foi, em grande parte, suscitado para derrubar gradas figuras do PS ao mesmo tempo em que ocorriam certos escândalos relacionados com  a Universidade Moderna, Portucale e os submarinos. O caso Sócrates poderá diminuir o impacto da eleição de António Costa como líder do PS, ajudar a manter a actual coligação no poder e, claro, fazer pas

rir para não chorar

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este país não é p'ra mim

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Como não posso emigrar, vou hibernar. Acordem-me quando tudo isto acabar. Andam demasiados crápulas à solta, e dos mais perigosos, dos mais perversos. Conspiram, minam, intrigam, surripiam, derrubam, estilhaçam, conspurcam, envenenam, extorquem, enlameiam, mentem, transformam este país, o meu país, num caneiro infecto, num lamaçal onde ganham viço, sustentam vícios. D. Corleone, ao lado deles, era um anjo benfazejo.

isto, com jeitinho, vai lá

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Tal como já escrevi hoje, foram precipitados os elogios dos comentadores à forma como a classe política se comportou em reacção à detenção de Sócrates. Hoje, já o primeiro-ministro, esse, o da Tecnoforma, deu um pequeno lamiré, dizendo que os políticos não são todos iguais, deixando assim cair a insinuação de que ele, virginalmente impoluto, não é como Sócrates, o detido, o detestado, o desalmado. Prevejo que, durante os próximos meses, vou sofrer de incontroláveis vómitos. E, em resposta aos que me acusam de ser um reles socrático, aconselho-os a que me leiam como deve ser. Se souberem, claro. 

a grande vitória PSD/CDS

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Não sendo exactamente um indefectível admirador de Sócrates, cuja acção governativa tantas vezes reprovei por aqui, não acolhi nunca nem fiz ressonância dos "escândalos" que se criaram à sua volta, desde os rumores de que tinha juntado os trapinhos com um conhecido actor da nossa praça, fama de que nunca se livrou, até às acusações nunca provadas no caso Freeport. Tenho para mim, e cada um é livre de pensar o que quiser, que, paulatinamente, sabiamente, com científico rigor, os seus inimigos políticos lhe souberam fazer a cama ao longo dos tempos. Tal como estou ciente de quão glorioso foi o dia de ontem para as hostes do PSD/CDS. Nada poderia ter dado tanto jeito à até aqui depauperada turba de direitíssimos como a prisão de Sócrates. A vitória nas próximas eleições está cada vez menos distante, a meta parece cada vez menos inatingível. Depois da governação selvagem, é essa a palavra, em nome de um capitalismo não menos selvagem, dos sacrifícios, das mentiras, da

a verdade em boas mãos

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