aqui d'el-rei o que foste dizer!
Volto, por uma última vez, espero, à questão Pingo Doce. As várias sensibilidades de esquerda degladiam-se (até nisso o Alex da Jerónimo ficou a ganhar). O povo agiu com ganância e falta de civismo, dizem uns, entre os quais eu me incluo. Aqui d'el-rei o que foste dizer, que o povo, essa entidade feita de muitos defeitos e feitios, não se ataca nem com uma flor, ele é soberano, ele é sábio, ele é claro e limpo como uma manhã de Abril.
Pois. Vê-se. Até na forma como tem votado ao longo de décadas, mal e porcamente, sempre contra si e os seus interesses. Eu também critico os meus, quando erram, e não os respeito menos por isso.
O que se passou a 1 de Maio nos estaminés do Pingo Doce foi quase aterrador. Uma amostra, uma pequeníssima amostra, de como nos comportaríamos em caso de guerra ou de fome generalizada.
E por aqui me fico, que outros horrores mais altos se levantam: este governo e a sua acção nefasta. Repare-se, por exemplo, como passou despercebida a afirmação de Passos Coelho, a 1 de Maio, de que os portugueses se têm que habituar aos índices de desemprego elevados nos próximos anos. A esta gente sim, não vou dar tréguas. Porque, já faltou mais, milhares de portugueses vão juntar-se aos que já deixaram de comer. Por mais que o Pingo Doce, e outros, abram as portas à guerrilha.
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