assim a modos que um mega-piquenique mas mais chunga ainda
Gosto. É a 10 de Agosto. Uma página do facebook, chamada INVASÃO DOS POBREZINHOS, apela a que toda a gente vá para a praia nesse dia. Não a uma praia qualquer mas à da coqueluche nacional, ali para as bandas da Comporta. Não para brincar aos pobrezinhos - para isso estão lá as boas famílias e nós somos, por exclusão de partes, de más famílias - mas para protestar contra os falsos pobrezinhos, os pobrezinhos de pechisbeque, os pobrezinhos de treta, de fancaria, porque pobrezinho não é quem quer, é quem assim nasce, malfadado e mal pago.
Protesto digno desse nome, se é que me permitem meter o bedelho, seria assar uma catrefada de carapaus e sardinhas em plena praia, mesmo ao lado dos tios e tias, dos espíritos santos e dos maus espíritos, para longe vá o agoiro. E levar uns garrafões de tintol, umas bejecas, umas bagaceiras e ginjinhas. E pataniscas. Ou couratos. Ou torresmos. E fazer muito chinfrim, galar as garinas de mindinho em riste, dançar o malhão e a dança do ventre, entoar as cantigas rascas do Quim Barreiros, brincar à apanhada, à malha, à cabra-cega.
Por falar em cabra-cega: com sorte, a outra vai estar lá. Atirem-lhe migalhas. De pão.
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