que bem fica o povo unido!
Ah!, agora sim, vale a pena celebrar Jesus e os seus onze apóstolos em Domingo de Páscoa. Milhares de pessoas, muitas sem emprego, tantas sem comida na mesa, sem futuro nem esperança de ter futuro, vieram aos magotes venerar os deuses dos ferraris, das melenas oxigenadas, dos pontapés na bola e na gramática.
Foi assim no Marquês. Assim será nas urnas onde, funestamente, se prolongará a longa quaresma dos portugueses, sem ressurreições, sem sábados de aleluia, com jejuns e sacrifícios que nos assegurarão um lugar no céu.
Coelho, de chicote em punho e desprezo no coração, continuará a flagelar-nos e a conduzir-nos pela via sacra do empobrecimento, do envilecimento. O calvário não acabou, estamos vivos em pleno inferno.
Festejemos pois. Viva Jesus entre os ladrões!
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens/DN |
Comentários
Triste... muito tristes são comentários de "alguéns", que ainda por cima se deixam no anonimato, mostrando a sua falta de cultura e sabedoria perante a narrativa sarcástica e inteligente a este povinho. Estes mesmos cidadãos que um dia que vejam o governo cair, não sairão à rua, como ontem, para festejar, mas assistirão pela televisão sentadinhos no seu sofá e provavelmente sem entender muito bem o que aconteceu...
A alegria vivida ontem em Portugal e nos quatro cantos do mundo pelos Benfiquistas, não significa estar alheio há situação política que se vive no País, muitos dos que ontem estiveram no Marquês e outros locais tem participado nas ações de luta, manifestações, vigílias, etc. etc. É preciso continuar a luta, só assim se consegue derrotar essa gente que nos (des) governa e rouba todos os dias.
Enquanto existir PRECONCEITO nunca haveremos de ver o povo na rua pois o povo é constituído por todos, pelos desempregados, pelos empregados, os de barriga vazia e os de barriga cheia. O Povo. Ás vezes somos todos outras vezes são só aqueles que sentem na pele a perversidade a que TODOS nós assistimos de um modo permissivo.
Eis o que isto parece: os pobres não podem ter qualquer tipo de emoção ou euforia, pois têm que se redimir à sua condição de coitadinhos. Os outros até podem usufruir dessa capacidade humana. São uns felizardos!
Está mais que visto, a própria história o diz, que não são as camadas mais desfavorecidas que fazem a revoluções, por diversos motivos que a sociologia explica. Enquanto continuarmos a olhar para o nosso umbigo nada irá mudar, pois é mais fácil pedir aos outros fazerem aquilo que ninguém tem a coragem de fazer. A de LUTAR por um país digno, honesto e igualitário, a luta que deve ser de todos com a mesma força e empenho.
Continuamos a discriminar e a semear o preconceito. Uns porque são desempregados outros porque têm ferraris… há sempre bodes expiatórios para justificar a nossa apatia e inércia.