a pipa de barroso

Aos 58 anos, mais coisa menos coisa, o mordomo dos Açores vai receber uma pipa de massa: 11.000 euros, fora as alcavalas, por cada mês que se vai seguir, agora e até à hora da sua morte, ámen. Que acumulará seguramente com outros proventos a aforrar graças aos árduos trabalhos que empreender a seguir, quiçá, quem sabe?, os de presidente da depauperada República com o beneplácito da "maioria" dos insensatos eleitores.

E é isto que me dana: milhões de portugueses empobrecidos, milhares e milhares na miséria, escolas sem professores, hospitais sem condições, reformas que se roubam, impostos de que se socorrem quando os roubos não chegam, um Estado destruído, património vendido ao desbarato, empregos precários e ignominiosamente mal pagos, enquanto uns senhores de falas mansas e magros escrúpulos se pavoneiam entre cargos políticos e administrações de empresas, carreiras internacionais em associações de malfeitores financeiros, gordas contas bancárias acauteladas em off-shores, sem que a pobreza que os rodeia ou a desgraça que provocam lhes faça perder o sono ou ter rebates de consciência.

Felizmente, a Natureza se encarregará de lhes fazer a Justiça que nós, na Terra, fomos incapazes de conseguir.

No caixão, serão iguais a nós. Carne em putrefacção e nada mais.

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