quem trava esta gente?
Para este governo não há limites. Limites para a desvergonha. A desfaçatez. A ilegitimidade. A imoralidade.
Apesar de jurarem a pés juntos que o que querem é um Serviço Nacional de Saúde mais forte e mais sustentável, a gente vê, lê, entende o que se passa, que a finalidade última da acção governamental, antes de serem corridos por triste e má figura, é deixar aos privados a parte lucrativa da Saúde e para o Estado os prejuízos podendo assim sustentar, cada vez mais, a sua querida teoria de que as entidades públicas não sabem gerir, que os portugueses andam a malbaratar os seus impostos com essa gente calaceira e sem tino (por acaso todos eles indicados, em regime de alterne, pelos partidos que costumam "ir ao pote").
Ou seja, mais vale pagar os nossos impostos para que o Estado não nos dê nada em troca, nem pensões que se vejam, nem autoestradas que não sejam pagas por nós dezenas de vezes durante anos a fio, nem muito menos a Saúde. Tendencialmente gratuita ao que diz a Constituição mas, para estes senhores, a Constituição é um incunábulo, um calhamaço inútil, uma peça arqueológica a tresandar a mofo tanto mais que eles apostam na modernidade, no progresso, na prosperidade empresarial, nas miraculosas e mirabolantes maravilhas do empreendedorismo, da inovação, do lucro pelo lucro porque para a frente é que é caminho e para trás mija a burra e defecam os burros do reviralho, esses sim os verdadeiros reaccionários, os velhos do Restelo, os detractores de Belém, de São Bento e de todos os santinhos da devoção governamental, os sacrossantos mercados, os benfeitores do capital, os produtores de dinheiro e fabricantes de pobreza.
Querem mais uma prova das reais intenções dos governantes que em má hora nos saíram na rifa? Os hospitais com dívidas vão ser impedidos de pagar salários. A médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e administrativo, a todos. Imagine-se o caos que esta medida traria aos hospitais se alguma vez fosse implementada. Greves. Mais médicos e enfermeiros a emigrar. Mais mortes desnecessárias e, desta feita, não só nas urgências. Querem melhor plano, mais macabro, mais maquiavélico do que este para acabar de vez com o SNS?
Quem trava esta gente? Quem?
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