o aborto está de volta


Sempre que vejo Isilda Pegado na televisão, tremo. Dali não vem coisa boa. Nunca. Lá voltou ela desde há dias, gaiteira e pura como a mais pura das lãs e das mais virgens que pode haver, a perorar sobre o aborto, ou melhor, sobre o direito à vida, mesmo que seja uma vida trágica, de maus tratos e privações. Ao que parece, os deputados da maioria vão fazer-lhe a vontade, que a Pegado não está habituada a perder. Entre outras alterações à lei actual, querem que se faça uma ecografia ao embrião e que se obrigue a mulher a vê-lo, na presença de um médico, e a assinar a película. Asqueroso? É dizer pouco. Que esta maioria passe a minoria minoríssima por muitos e largos anos. Pegados à Pegado, aos falsos moralistas, aos abjectos seguidores de uma seita que é tudo menos cristã, aos pios arautos do anti-aborto, tantos que já o terão praticado ou aceitado de cara alegre porque a honra está primeiro e agora já não há roda  nem tecedeiras-de-anjos para salvar as aparências. Putas na cama, senhoras à mesa, mulheres de grandes causas por ruas de má fama, de São Bento a São Caetano à Lapa.

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