é tudo boa gente: duarte lima na mira da polícia portuguesa e brasileira
Duarte Lima é, para as autoridades brasileiras, o "principal suspeito" no caso do homicídio de Rosalina Ribeiro, adiantou ontem ao i Leonardo Sales, assessor do Ministério Público do Rio de Janeiro. O caso continua a ser investigado na divisão de homicídios chefiada por Felipe Ettore, "e alguns procedimentos sigilosos estão a ser executados", acrescenta o assessor, adiantando ainda que está a ser "apurado o envolvimento de outras pessoas no crime". Fonte ligada ao processo garante, no entanto, que a investigação estará "praticamente concluída" e só ainda não foi fechada por causa do massacre na escola em Realengo, no Rio de Janeiro, que ocupou as autoridades brasileiras "e atrasou alguns procedimentos".
Ontem, enquanto o i avançava que Duarte Lima, advogado da ex-secretária de Tomé Feteira assassinada em Dezembro de 2009 no Brasil, tinha sido constituído arguido no caso da herança do milionário de Vieira de Leira, a revista "Sábado" adiantava que o ex-deputado do PSD não estava sozinho no Brasil na altura do crime. A polícia do Rio terá identificado uma mulher, Marlete Rosa Oliveira, natural de Minas Gerais, mas residente em Portugal, e que será colaboradora de Duarte Lima desde 2006. A mulher terá estado com o advogado no Brasil em Dezembro de 2009, o que explica o interesse da divisão de homicídios em reconstituir os passos do representante de Rosalina Ribeiro, explícito na primeira carta rogatória enviada para Portugal.
Entre as 193 perguntas remetidas à Polícia Judiciária para serem feitas a Duarte Lima, figuram várias sobre as três viagens que o antigo líder parlamentar do PSD terá feito ao Brasil entre 3 de Setembro e 8 de Dezembro de 2009. "Estava acompanhado quando veio ao Brasil em Setembro de 2009? Em caso positivo, com quem? Onde se hospedou em Belo Horizonte? Ficou acompanhado de alguém? Em caso positivo, informar com quem", lia-se na carta rogatória, a que Duarte Lima não respondeu alegando não ter tido acesso à totalidade do processo no Brasil. Mais recentemente, as autoridades brasileiras enviaram uma segunda carta rogatória para Portugal. Depois disso, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) solicitou "mais esclarecimentos" às autoridades brasileiras. "Na prática, o que se pretende saber é se Duarte Lima já terá tido acesso ao processo no Brasil", explica fonte da PJ, acrescentando que "até ao momento" ainda não chegou "qualquer resposta".
Ontem a Lusa adiantou que Duarte Lima vai processar a filha de Tomé Feteira por "denúncia caluniosa". Em causa estão as declarações de Olímpia de Menezes em que acusa o antigo deputado de ter recebido 5,25 milhões de euros provenientes de contas que Feteira tinha na Suíça. "O que é mentira", garantiu fonte ligada aos advogados de Duarte Lima. O i tentou falar com o antigo deputado, que esteve incontactável. Já o seu advogado, Germano Marques da Silva, não quis pronunciar--se sobre o seu cliente. "Se o assunto é o Dr. Duarte Lima, não falo", limitou-se a dizer.
Fonte: http://www.ionline.pt
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