agora com leite, a mama continua
António Nogueira Leite, aquele senhor com ares de dono do mundo que, de vez em quando, vai à televisão debitar umas quantas bacoradas a favor dos ricos e poderosos, o mesmo senhor que escreveu sábado passado na sua página do facebook, ao saber da morte de Amy Winehouse, que ela devia ter comido qualquer coisa estragada, assim mesmo, com a insensibilidade de um asno, sem desprimor para os asnos, esse mesmo senhor, fervoroso apoiante de Passos Coelho desde a primeira hora, anda agora nas bocas do mundo por causa da sua nomeação, pelo governo, para a vice-presidência da Caixa Geral de Depósitos, numa espécie de recompensa pelos serviços prestados ao novel primeiro-ministro.
Por outras palavras, nada mudou: é o mesmíssimo governo que, despudorada, demagogicamente, bufa para a comunicação social as suas medidas de contenção da despesa pública, viagens só em turística e outras balelas que tais para adormecer ingénuos e atoleimados, é o mesmíssimo governo que segue as más práticas de quase 40 anos de má governação. São os mesmos jobs for the boys, é a mesma pouca vergonha de sempre, por mais que tentem disfarçar sugerindo que, desta vez, os sacrifícios tocam a todos. Com uma agravante: nunca nenhum governo, nem mesmo o do famigerado Sócrates, foi tão longe na espoliação de quem vive dos esquálidos rendimentos do seu trabalho, do seu mérito e do seu esforço.
Mérito e esforço que Nogueira Leite, decididamente, não tem. Basta-lhe lamber as botas ao poder de ocasião.
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