agarrem-me que vou vomitar!
As damas e cavalheiros da situação, vulgo PSD/CDS, insistem em repetir a torpe mentira de que o governo tem políticas de emergência para socorrer os mais desfavorecidos. Políticas essas que se resumem a reinstalar as práticas de caridadezinha tão caras às senhoras dos saraus de beneficência de tempos que julgava extintos, mortos e enterrados para nunca mais voltarem. Por outro lado, soube-se hoje, o valor mais baixo do subsídio de desemprego vai ser reduzido ainda mais, o rendimento social de inserção vai sofrer novos cortes e outras malfeitorias virão, anunciadas a conta-gotas à medida que Gaspar vê os seus cálculos inteligentíssimos, especializadíssimos, encaminharem-se inexoravelmente para a cloaca da alta finança de onde nunca deviam ter saído. Falemos claramente: a hipocrisia, a desfaçatez, a imoralidade, a insensibilidade desta gentalha - mascarada com as mesmas roupagens das beatas de outrora - não têm limites. O IVA aumenta, o IRS aumenta mesmo para os rendimentos mais baixos, a electricidade, a água, o gás, as rendas de casa, a saúde, os transportes aumentam, o povo é esmifrado até ficar exangue, até fazer sangue, e que nos dizem eles, do alto das suas cátedras onde cagam de alto e de repuxo? Que os pobrezinhos, tão engraçados, tão castiços, tão deliciosamente esfomeados e maltrapilhos, estão protegidos, as palavras são deles, não minhas, como nenhum outro governo logrou fazer até hoje. Vou ali e já venho. Vou vomitar. Há coisas que nem o estômago mais forte aguenta sem claudicar. É que esta gentalha, gente não é certamente porque gente não se comporta assim, mete nojo e cheira mal.
Dizem eles que os da esquerda (e, heresia, metem o PS no lote dessa raça a exterminar), se estivessem no governo, agravariam o défice com medidas solidárias tendentes a eliminar a pobreza e a preservar o "carérrimo" Estado Social. Antes assim fosse. Antes isso do que desviar os dinheiros públicos para alguns dos mais ricos e, não por coincidência, os mais corruptos da sociedade, moral e economicamente falando, do que desviar os dinheiros públicos para "ajudar" bancos e empresas multimilionárias, do que viver à grande e à portuguesa à custa do erário público e da desgraça de milhões. Uma família que se salva da indigência, uma criança pobre que consegue tirar um curso, um mendigo que consegue emprego, um sem-abrigo que consegue uma casa, são factores de riqueza para qualquer país decente, mas não para Portugal. Porque esta maralha não é humana. É egoísta. E desregradamente estúpida.
Comentários