crónica de uma morte anunciada

E se desse um tranglomanglo ao Dr. Passos Coelho que o levasse desta para melhor, verteria uma lágrima? Não. Mas não celebraria. Deixo as comemorações felizes para o passamento de um Pinochet e de outros assassinos de igual calibre. Não aceito, entristece-me, causa-me repulsa que alguns, mesmo aqueles que repudiaram quem, em Miami, se alegrou com o fim de Fidel, venham agora regozijar-se com a morte, que eles esperam iminente, de Mário Soares. Nunca votei nele, a não ser para a presidência da República, os tais sapos que tive o ensejo de engolir com vontade e diligência. Não gostei, é certo, de ver Mário Soares a ser vitoriado pela direita e extrema-direita na Alameda no Verão de 1975, em defesa dos "valores democráticos" que, adivinhámos então e temos agora a certeza, nos conduziram a esta democracia que, ainda jovem, já está anquilosada, maltratada por oportunistas, demagogos, corruptos e fascistas a sair da toca. Ainda estão por explicar as suas ligações e amizades espúrias com gente como Frank Carlucci, as suas conspirações com o conluio de aliados pouco recomendáveis. Mas, devo alegar em sua defesa, foi das vozes mais contundentes contra a negra governação de Passos Coelho e apaniguados. Devo-lhe isso, quanto mais não seja. A celebrar alguma coisa, será a sua permanência entre nós.


Comentários

antonio miguel disse…
SUSCREVO ESSA NOTA E NEM MAIS:
........."Mas, devo alegar em sua defesa, foi das vozes mais contundentes contra a negra governação de Passos Coelho e apaniguados. Devo-lhe isso, quanto mais não seja. ......."

Fico sempre grato quando na mídia surge uma voz com bom-senso, equilibrada, e assertiva. Obrigado
Anónimo disse…
Quando meteu o Socialismo na gaveta, não gostei mesmo nada...

josé neves disse…
Caro, eu também estive na Alameda e considero esse estar lá como um acto em prol da liberdade e da democracia.
Estava no alto da Alameda junto ao Técnico e apercebi-me o movimento que se gerou a certa altura quando alguém veio avisar que os "pc" estavam barricando as estradas de acesso a Lisboa e logo dali partiram imensos carros carregados de gente que foram derrubar essas tais barreiras e por o pessoal do pc em debandada.
É certo que a a liberdade e a democracia, na prática, nessa data e nesse local se transfigurou muito e para pior mas nunca Mário Soares deixou de batalhar por ela mesmo, quando teve de meter o socialismo democrático na gaveta foi, como político de elevado instinto e visão, porque se apercebeu que tal era na altura onde estava o mal menor. Aliás como Cunhal também o acabou por fazer, precisamente, nessas eleiçóes que o fizeram ao caro engolir o sapo tamahão.
E pergunto, se por acaso naquele dia tivesse triunfado o seu lado que raio de tipo de regime teríamos hoje? Seria melhor que o mau que temos hoje ou seria ainda muito pior ao estilo de monarquia familiar como em Angola, Cuba ou Coreia.
Pois, meu caro, a verdade é tão relativa que até Passos ou Pinochet têm a sua verdade, desde logo porque é verdade para eles o que dizem, contudo, a realidade da vida da comunidade do planeta caminha sempre indiferente às verdades pessoais.
Abraham Studebaker disse…
Ó Neves: foge-te o pé para a chinela e mostras as partes! Cobre-te,são horríveis!
Anónimo disse…
E pergunto, se por acaso naquele dia tivesse triunfado o seu lado que


O meu lado ?
Que raio de lado é o meu?

E se limitasse os seus comentários aquilo que sabe e não dissesse asneiras?

Mensagens populares deste blogue

valha-nos santo eucarário!