Pedro Passos Coelho, a passo e passo, mas a passo rápido de lebre matreira, vai de dia para dia mostrando aquilo que é: mais um charlatão da política. Primeiro, vetou o novo PEC porque penalizaria demasiado os portugueses. Agora, diz que o PSD votou contra o PEC porque ele não ia tão longe quanto devia. E, na mesmíssima entrevista, dá o dito por não dito ao afirmar que "este novo programa de austeridade não seria necessário, porque ainda há cerca de três meses aprovámos no Parlamento um Orçamento do Estado". Então o Orçamento de Estado era suficiente mas o PEC IV não foi tão longe quanto devia? Será ele trapalhão por natureza, azelha político ou bisonho ainda no campo da aldrabice? Dizer uma coisa hoje e amanhã outra é próprio das cavalgaduras que nos tomam por asnos há anos, mas este exagera na incongruência e, na senda de Sócrates, na omissão da verdade, digamos assim para usar ainda de uma certa elegância de estilo, enquanto a paciência não se esvai de vez.
E é este que vai ser o próximo primeiro-ministro de Portugal? Só se formos burros mas, se calhar, até gostamos de ser conduzidos pela arreata. Se assim for, não nos podemos queixar: se um burro passa bem com palha, para quê dar-lhe fava?
A notícia é do Diário Económico.
Passos Coelho
“Votámos contra o PEC porque não foi tão longe quanto devia”
Sérgio Gonçalves/Reuters
28/03/11
Pedro Passos Coelho vai apresentar dentro em breve o PEC do PSD.
O PSD vai apresentar as medidas para o novo PEC, mas Parpública, CGD, Águas de Portugal, TAP e empresas de transportes já estão na mira para privatizar.
O líder do maior partido da Oposição garante, em entrevista à agência Reuters, que o PSD estar firmemente comprometido com as metas orçamentais acordadas com Bruxelas. Pedro Passos Coelho diz ainda que "o Governo, que tem melhor informação, tem reiterado a confiança que não será necessário um pedido de ajuda externa". E reforça: "Espero que não seja necessário".
O PSD compromete-se com as metas fixadas com Bruxelas?
A posição do PSD é clara e firme quanto aos compromissos de redução do défice e da dívida. Foi com o nosso voto favorável que, há praticamente um ano, as metas da redução do défice foram revistas de forma mais corajosa do que antes. Passámos a ter uma meta até 2013 mais ambiciosa que aponta, não para os valores iniciais, que eram 8,3% para 2010, 6,6% para 2011, 4,6% para 2012 e cerca de 2,9% para 2013. Com o nosso voto favorável, foram fixadas metas mais ambiciosas, de 7,3% em 2010, 4,6% em 2011, 3% em 2012 e 2% em 2013. E estas metas serão cumpridas por Portugal, desde que isso dependa do PSD.
Se é assim, por que é que o PSD chumbou as medidas de austeridade inscritas no PEC?
A razão porque votámos contra esta revisão do PEC, não é porque ele vá longe demais nas medidas que é necessário assegurar para que os objectivos sejam atingidos. É porque ele não vai tão longe quanto devia. Em primeiro lugar, se o Governo estivesse a fazer o que devia do lado da redução da despesa em Portugal, este novo programa de austeridade não seria necessário, porque ainda há cerca de três meses aprovámos no Parlamento um Orçamento do Estado que o Governo entendia que tinha todas as condições e medidas necessárias para que os 4,6% fossem atingidos já este ano.
O PS mostrou que não tem capacidade de cortar despesa?
Sem dúvida. E essa é a razão por que os mercados financeiros vêm penalizando Portugal, de há muitos meses a esta parte. Desde Outubro ou Novembro do ano passado que enfrentamos taxas de juro consideradas pelo próprio ministro das Finanças como insustentáveis.
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