ponham-se a pau, ele vai atacar outra vez!

Governar assim é fácil. Falta dinheiro nos cofres do Estado? Assalte-se o contribuinte que, de tão esmifrado, só lhe resta dar o cotão que tem nos bolsos. Que raio de ministro e de governo são estes que não têm outra maneira de conseguir rendimentos do que à conta das mulas de carga de sempre, as pequenas empresas e os trabalhadores a quem, sufocados por impostos e encargos, só lhes resta declarar falência, pessoal ou colectiva, gerando assim menos receita ainda para o fisco? Que génio é este, que génio? Que mente perversa, de fala mortiça e morte nos sentidos e sentimentos?

E então as grandes fortunas? E então a economia paralela? E então os paraísos fiscais? E então os cortes nas autênticas gorduras do Estado, para além dos cortes, mais fáceis, mais desumanos e mais estúpidos, nos proventos dos trabalhadores, na saúde e na educação? E, porque não quero que me acusem de populista, já nem me vou alongar acerca de cada uma das "pequenas" poupanças que se podiam e deviam fazer, quanto mais não fosse para dar o exemplo: as viaturas do Estado, os jobs for the boys (sim, continuam!), as alcavalas para os políticos com funções governativas ou parlamentares, as fundações, as PPP's (a não ser que tenham sido promovidas por algum governo PS), as despesas supérfluas, a ostentação dos governantes, os gastos do Presidente, a má gestão de recursos logísticos e humanos em todos ou quase todos os organismos estatais, as reformas douradas, os estudos e pareceres jurídicos pagos a peso de ouro, o tráfico de influências, a corrupção, os salários e bónus dos gestores de empresas públicas, tantas delas na bancarrota. Ao contrário das promessas de uma primavera infausta, a do ano passado, nada foi feito para moralizar o País e pôr as contas públicas em ordem de uma forma exigente mas racional, difícil mas ainda assim humana. Nada. Mas antes um assalto desavergonhado ao massacrado contribuinte. Ah! Já me tinha esquecido: andámos a viver acima das nossas possibilidades, agora há que pagar a despesa do festim.

Ele vai atacar outra vez. Disso não tenham dúvidas. É preciso rechaçá-lo. Custe o que custar.

Imagem: http://wehavekaosinthegarden.wordpress.com/

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