querido governo



Por Anabela Ferreira
http://shaktigeia.blogspot.pt/


Querido governo,

Claro ... cá estou eu outra vez, já viste que melga que eu sou?

Mas é que tu também não me sais de cima. Nas coisas básicas. Sabes? Já nem me preocupo com a bola ou com os festivais de verão.Tiraste-me a possibilidade de ir ouvir música e partilhar alegria com os amigos.

Andas de mansinho, ou violenta e desavergonhadamente, a tirar-me o que me poderia proporcionar bem estar (a saúde, a educação e a segurança social, as férias e o natal inalienáveis segundo a Constituição), até chegares ao limite de me quereres teu escravo. Se eu não tiver como satisfazer as necessidades básicas, como no mundo sub-desenvolvido, rapidamente o sou e vais-me usar a teu bel-prazer.

Foi numa fase terrível da história da humanidade que Thomas More escreveu a Utopia onde, alegoricamente, retratou a dura Europa feudal do séc XVI. É para lá que cuidadosamente nos transportas? Mais tarde, como resultado destas políticas de roubo, corrupção e total irresponsabilidade, a história trouxe mais um resultado de que te quero falar: cortaram a cabeça à rainha, o povo desobedeceu e atirou para os calabouços os homens mesquinhos e corruptos como os que habitam o teu seio. Pois, foi a tal, a revolução francesa!

E eu ainda vou estar a comer um brioche depois de ajudar quem se juntar a tirar-vos da vossa zona de conforto, que vocês julgam como direito adquirido e permanente, depois de me teres roubado os direitos adquiridos conquistados por todos estes meus antepassados europeus.

Pelos vistos não queres saber da história e malhar em quem já nem se levanta é o teu mote de cobardia. Esqueces-te de que vais pagar caro pelo que andas a roubar aos teus concidadãos para protegeres os teus amigos. Tal como os outros que te antecederam! Sabes para onde vocês vão? Para o mesmo sítio que eu. Podes levar vestido um Hugo Boss e eu levar Zara, mas acontece-nos o mesmo.

Prometo fazer uma petição para vos deixar todos juntinhos numa aldeia paradisíaca da Colômbia ou do Iraque onde haja universidades. Se não forem usados como escudos só vão poder sair de lá com licenciaturas verdadeiras.

Neste momento sabes qual é a minha utopia? Aproveitar a oportunidade, como aconselhou o Sr. Silva, e praticar a desobediência civil. Em nome da paz. Estou disposta a ir até onde me levar o meu sentido de justiça e liberdade para me ver livre de ti, cancro metastásico e insidioso que insistes em rastejar e dar provas contínuas do teu carácter virulento.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

valha-nos santo eucarário!