vales, varas e valas-comuns

Vala-comum, pintura de Itzhak Belfer
Vale e Azevedo. Duarte Lima. Armando Vara, Dias Loureiro. Querem que continue? Querem que traga à colação os nomes de todos, pulhas, sabujos, corruptos, políticos e amigos de políticos, bandalhos e amigos de bandalhos, que sujaram e sugaram este país ao longo das últimas décadas na mais descarada impunidade? Foram ministros, foram presidentes de clubes, deputados, lambe-botas do poder. Foram? São. A seita não se extingue, não acaba aqui enquanto não for o povo a acabar com eles. Exigindo mais. Indignando-se mais. Escolhendo melhor o que fazer na hora das eleições.

O cancro está diagnosticado mas nada se faz para o extirpar. Há anos, há décadas que dizemos mal dos políticos mas, mal abrem as urnas, acorremos a dar o voto aos políticos que transformam as urnas em caixões, os nossos. Onde sepultamos esperanças, sonhos, aspirações.

E aqui chegámos. Mais pobres, mais desprezados, mais explorados. Aqui chegámos. E por aqui não ficaremos. A cova abrir-se-á mais fundo. Será a vala-comum de progressos nunca alcançados, de futuros sempre adiados.

Em liberdade ficarão os Azevedos, os Limas, os Varas, os Loureiros. Nós, na prisão. Portugal.

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