saldos! saldos! saldos!


Definitivamente, descaradamente, abriu a época de saldos. O gado humano está cada vez mais barato, agora vão baixar as indemnizações por despedimento, a seguir será a vez de cada um pagar ao patrão para poder trabalhar.

Ufanizem-se os empresários-taberneiros deste país, que os há e muitos sem desprimor para os donos de tabernas que ganham o pão honradamente. Vangloriem-se. Regozijem-se. Agradeçam a Passos e à sua seita, à troika e à crise, à Merkel e à merda que nos aporrinha e mata. É aproveitar, que no aproveitar é que está o ganho. A carniça é fresquinha, os músculos são fortes, os dentes sãos e as mentes treinadas para obedecer, venham ver fregueses. É comprar, é comprar!

Definitivamente, descaradamente, este país já não é para trabalhadores. Nem para desempregados. Nem para novos ou velhos. Doentes ou estudantes. Mas os empresários-taberneiros, mais o Passos e o Gaspar, esses, estão contentes. Este ano, os saldos estão melhor do que nunca. E vão vigorar o ano inteiro, um pingo doce, o toque final num glorioso banquete de vampiros.

Quem nos acaba o resto? O que resta de nós, da nossa dignidade, das nossas vidas? Nada. E se nada fizermos definharemos, de vez, às mãos dos negreiros.

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