os reis escandalosos: joão V, o mulherengo
Reinado: 1706-1750
É provavelmente o Rei mais conhecido pelas suas relações extraconjugais. E de todas as amantes, a mais famosa terá sido a madre Paula Silva, uma jovem morena, freira do Convento de Odivelas, para quem D. João V mandou construir aposentos sumptuosos, com tectos em talha dourada, onde era servida por nove criadas. Segundo o livro Amantes dos Reis de Portugal, de Paula Lourenço, Ana Cristina Pereira e Joana Troni, as camas eram de dossel, forradas com lâmina de prata e rodeadas de veludos vermelhos e dourados, e os jarros onde urinava eram de prata. Ao longo dos 10 anos que durou esta relação, o Rei deu-lhe um rendimento anual de 1708$000 réis, segundo o livro As Amantes de D. João V, de Alberto Pimentel. Mas apenas podia ir para Odivelas ter relações com a freira quando o médico do paço o autorizava.
Em 1720, quando a madre Paula tinha 19 anos, deu à luz Gaspar, que era já o quarto filho bastardo do Monarca. O primeiro tinha nascido já após o casamento com D. Maria Ana de Áustria e era filho da sua primeira namorada, D. Filipa de Noronha, irmã do marquês de Cascais, seduzida quando D. João tinha apenas 15 anos.
Seguiram-se os três bastardos de D. João V que ficaram conhecidos como os Meninos de Palhavã (por terem vivido num palácio nessa zona de Lisboa). Antes da madre Paula, nas suas primeiras visitas ao Convento de Odivelas, o Rei foi íntimo de uma freira francesa, que deu à luz D. António, e de outra religiosa portuguesa, mãe de D. Gaspar, que chegou a ser arcebispo de Braga. O Rei reconheceu estes seus três filhos ilegítimos numa declaração assinada em 1742.
Depois, D. João V envolveu-se ainda com uma cigana, Margarida do Monte, mas enviou-a para um convento, de forma a que deixasse de receber outros amantes. Marcante foi ainda D. Luísa Clara de Portugal, uma loira casada e já com três filhos que o Monarca terá conquistado com este piropo: “Flor da murta, raminho de freixo; deixar de amar-te é que eu não deixo!” A última amante foi a actriz italiana Petronilla Basilii, numa altura em que o Rei tinha já 50 anos, e precisava de pedir a um amigo que fosse aos boticários de Lisboa para lhe comprar afrodisíacos.
In Revista Sábado
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