um coelho porco, fenómeno à portuguesa
Com a devida vénia, transcrevo por inteiro o post do blogue PÁGINA LUSÓFONA.
UM COELHO PORCO, FENÓMENO À PORTUGUESA
O debate quinzenal que está neste momento a acontecer na Assembleia da República de Portugal, em que o governo de Sócrates, primeiro-ministro e líder do partido dito socialista, está a apresentar o PEC, mais conhecido por Programa de Enriquecimento dos Capitalistas, teve à priori o anúncio de que não vai ser aprovado por Coelho, líder do dito partido social-democrata. Assim sendo será aberta uma crise política imensurável em Portugal. Maior que a que já está a dar origem à fome em Portugal.
É disso mesmo que José Sócrates se está a queixar. Que vai ser aberta uma crise política porque o PSD quer. Sócrates não se queixa por causa da fome que os portugueses já estão a passar. Isso não. O traste não se preocupa com coisas “menores”.
Saliente-se que Sócrates está mesmo a encostar à parede o líder do PSD, Coelho. Ele mostra por A mais B que Coelho é porco, isto em palavras caras, cheias de rodriguinhos e merdas que vincam bem a hipocrisia que os sustenta naquela malfadada casa onde os parasitas, a que chamam deputados, se divertem com oratórias hipócritas e de conveniência à custa do povo esfomeado, desempregado, acarneirado, enganado, e pagante daquele circo (no mau sentido) que nos sai por milhões de euros anuais para que mais de 200 mamões vivam cheios de mordomias e a esbanjar à fartazana.
Em acerto implícito entre os PSDs Cavaco – presidente eleito por um quinto dos portugueses eleitores – e Coelho, está chegada a hora de a direita mais ressabiada tomar de vez o poder, para assim ainda melhor servir os grandes das finanças a quem servem. Ontem Coelho encontrou-se com Cavaco e anunciou que não mais apoiará PECs ou o que quer que seja vindo do governo Sócrates. Pois ficou claro que Coelho não tem sido mais que um arguto porco à espera do momento para avançar na tomada do poder, não o tendo feito antes, causando uma crise política, por obediência ao objectivo de permitir que Cavaco não fosse prejudicado com a sua reprovação ao PEC anterior que Sócrates pôs em prática e nos tem tramado. Um partido, um governo, uma maioria, é o objectivo perseguido e sonhado pela direita cavaquista. Parece que será desta vez que o vão conseguir. Vem a crise política com a reprovação do PEC hoje em discussão, vai acontecer a demissão do governo Sócrates por vontade própria ou por decisão de Cavaco, e os portugueses vão respirar de alívio julgando que Coelho irá fazer melhor. Vão dar-lhe o beneficio da dúvida ou até confiar cegamente e eleger com maioria o PSD. Coelho em primeiro-ministro e Cavaco presidente da república, apesar de minoritário… Ai de nós. De nós, os “perrapados”. O “mexilhão” vai tramar-se ainda mais e quando disso se aperceber já será tarde. Ocorre que o “mexilhão” é a maioria de votantes e estupidamente arranja sempre “lenha para se queimar” ao votar na cambada de parasitas que enxameiam os partidos da alternância, PS e PSD. Alternativas? Haverá. Pensem, reajam, destituam os que nos têm enganado por largas décadas. Saibam dar uma lição aos donos dos boys cavaquistas, psdista, socialistas e aos oportunistas que se lhes vão colando e engordando à nossa custa. Pensem, deixem de ser o magote de carneirada a que se acomodaram. Ajam.
Não é de espantar que um Coelho se mostre porco. Em Portugal tudo é possível com estes políticos vigaristas e sem respeito algum pelos eleitores, por todos os portugueses em geral. Sócrates está cheio de não-presta, é um traste do piorio, mas esta atitude de Coelho e de Cavaco – claro que o cobardolas tabuzeiro fica-se sempre pelas sombras e não se mostra – demonstra que estavam apenas à espera de uma oportunidade para correrem para a gamela do poder e assim satisfazerem as suas clientelas. Os boys do PS vão ser substituídos pelos boys do PSD e de Cavaco. Favores com favores se pagam. Pior é que eles pagam os favores que lhes fazem com aquilo que pertence a todos os portugueses! Como o PS ou o CDS. A propósito: Cavaco já pagou o favor ao tal amigo de infância que lhe “vendeu” a casa na Coelha, em Albufeira, a tal casa por que pagou uma SISAzinha mas que não é aquela que comprou nem onde mora e chama sua? Honesto? Pensava que sim, mas…
Sem alternativa melhor, o governo Sócrates deve continuar a espoliar-nos e a mal governar. Coelho virá fazer o mesmo ou ainda pior. Não é a solução para um Portugal melhor. Estamos fartos de ver as moscas mudarem mas a merda ser sempre a mesma!
E assim se faz Portugal, uns poucos bem, muitos mal.
.
Publicada por António Veríssimo
Comentários