não, obrigado, não quero recibo
Por Ricardo Santos Pinto
Não sou fiscal do Estado, nem este me paga para andar à cata de impostos alheios. Nem sou assim tão lorpa que vá voluntariamente pagar por um bem ou serviço mais 23% do que ele me custaria sem recibo. Não, não peço recibo. E mesmo que pague o mesmo, só peço recibo se tiver alguma vantagem nisso. Caso contrário, não, não peço recibo.
Se querem que eu peça recibo, aprendam a ser justos. Aprendam a governar. Caso contrário, não vou pedir recibos para ajudar a pagar os motoristas de 21 anos do Francisco José Viegas que recebem 1600 euros por mês; ou as 1097 nomeações de Passos Coelho; ou as trocas de boys e respectivas indemnizações; ou os Grupos de Trabalho criados pelo Relvas; ou os benefícios fiscais da Banca e das SGPS; ou os salários milionários dos Catrogas deste país; ou os inúteis Planos Nacionais de Barragens; ou os Subsídios de Férias e de Natal do Cavaco e dos demais reformados do Banco de Portugal. Ou para andarem a cortar apenas aos mais pobres.
Não, enquanto não houver justiça e equidade fiscal em Portugal, não tenho qualquer motivo para pedir recibo.
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