a derrota de relvas


O amigo Efromovich foi-se. Relvas perdeu. Tal como com a TSU, a indignação ia alta e o governo recuou. Uma prova de que, quando as vozes se erguem e se unem, a arrogância governamental fraqueja e o governo foge com o rabinho entre as pernas, como qualquer puto reguila armado ao pingarelho, o gandulo do bairro, o fortalhaço da treta.

Foi o fim de Efromovich. Relvas caiu em desgraça. Já não era sem tempo.

Comentários

Unknown disse…
Por Daniel Oliveira

O negócio estava bem encaminhado com apenas um candidato a oferecer próximo de nada. Felizmente ainda existe, apesar do estado de exceção em que temos vivido, democracia em Portugal. E democracia não é, ao contrário do que alguns pensam, apenas eleições de quatro em quatro anos. A oposição, infelizmente apenas nas vésperas da decisão, conseguiu juntar vozes contra o escândalo a que estávamos a assistir. A imprensa começou a fazer contas e a denunciar as estranhas manobras de bastidores que antecederam a candidatura. O consenso no repúdio por este roubo acabou por se fazer no último minuto. A privatização da TAP, pelos seus contornos, corria o risco de se transformar num escândalo económico que acabaria por pôr em causa a credibilidade de qualquer privatização depois dela. Se juntarmos a inacreditável proposta que existe para a RTP, o governo podia passar a ser visto como de facto é: uma coutada do ministro Miguel Relvas e dos seus pouco recomendáveis contactos.

Mas a privatização da TAP continua em cima da mesa. E outra, mais grave nas suas consequências económicas, também: a da ANA. Tratam-se de dois bens estratégicos para a economia portuguesa. Movimentam milhões de pessoas, garantem a ligação com a comunidade emigrante e são, em conjunto, um instrumento central para o maior exportador nacional: o turismo. Com as condições negociadas, daqui a uma década poderíamos perder estas empresas para os seus concorrentes. E tratam-se de dois monopólios. Quem os controlar controla uma chave fundamental para a nossa soberania económica. Na Alemanha os grandes aeroportos são públicos e a companhia de bandeira não é controlada por capitais estrangeiros. Será por acaso? Como pode Portugal, na atual situação, querer perder o controlo destes dois ativos fundamentais para a sua economia?

A TAP, se for essa a determinação de quem governe, pode ser bastante rentável. A sua situação está longe de ser desesperada. Quanto à ANA, é um dos melhores negócios em Portugal. Pensar vendê-la é das decisões mais absurdas que já passou pela cabeça de um governo.

Valeu a pena a determinação com que, nos últimos 15 dias, se debateu a privatização da TAP. Mas a coisa, adiada com uma desculpa pouco credível, continua em cima da mesa. E a decisão sobre privatização da ANA é já para a semana. Ficou a lição: vale a pena insistir. O governo está fragilizado e internamente dividido. E isso pode ser a nossa salvação.

Publicado em: http://arrastao.org

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