um pão nos cornos da populaça
Cristina Andrés, uma empresária de Vigo, vai atirar pão ao populacho resgatando, ao que parece, uma tradição do século XVII. São 3.000 os pães que a esmoler senhora arrojará das varandas da luxuosa sede da sua empresa para a mole humana que, lá em baixo, de mão estendida, tentará arrebanhar o maná vindo dos céus.
Querem saber o que é que eu acho? Que os maias tinham razão. Que amanhã se acaba o pesadelo e que este processo de retrocesso, salvo seja, irá ser interrompido à força de vendavais, ciclones, dilúvios e sei lá que mais, talvez tornados, talvez erupções vulcânicas, talvez bolas de fogo a caírem-nos na moleirinha.
Se tal não acontecer, se os maias nos tiverem enfiado o barrete, então que sejamos nós a pôr fim a este fim do mundo. Que se tome a Bastilha, que se guilhotinem as Antonietas deste vale de lágrimas onde vogamos ao sabor dos caprichos e desmandos dos novos senhores medievais.
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