a igreja tem emenda?
A festa acabou. Os dias de espectáculo na praça de São Pedro chegaram ao fim. Os repórteres, recordistas da banalidade, regressam a casa com o sentimento, cristão pois está claro, de dever cumprido. Confesso - eu pecador me confesso - que achei este Papa, de longe, mais cativante do que o pastor alemão que o precedeu. Escassos minutos depois da sua apresentação em grande estilo aos devotos e mirones amontoados na praça, vim, curioso, para a net. Queria saber quem era, o que podemos esperar dele. A informação não podia ser mais contraditória. Grande defensor dos pobres, dizem alguns. Um homem que cozinha as suas próprias refeições, de hábitos espartanos, simples. Mas o grosso das notícias é sobre o seu alegado envolvimento, e cumplicidade, com a ditadura argentina (daí as fotografias, que começaram a surgir como cogumelos, em que aparece ao lado do ditador Videla) e o seu conservadorismo religioso (outro que se vai bater contra o pecado do preservativo, não importando os que morrem por não o usar, ou contra o pecado do casamento de iguais em género).
A festa acabou. Agora, é esperar para ver. A Igreja precisa de renovação. Melhor: de moralização. Parece que ainda não é desta. Mas um passo de Francisco nesse sentido, por mais pequeno que seja, será um grande passo para a Humanidade. Digo eu, que às vezes sou um optimista.
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