paspás às suas almas
Por Samuel
Não me lembro de alguma vez ter feito festa pela morte de alguém... mesmo quando, pessoalmente, poderia considerar ter motivos para tal. Daí que as notícias sobre os festejos a propósito da morte de Margaret Thatcher não me agradem... excepto um pormenor de génio, terrível no seu silencioso simbolismo: alguém que foi deixar um ramo de flores e uma garrafa de leite à porta da falecida ex-primeira-ministra, lembrando o facto de ter sido ela a cortar o fornecimento de leite às escolas, deixando milhares de crianças pobres sem o seu leite gratuito.
Na verdade, aqueles que sofreram na pele a paranóia fanática da “dama de ferro” não esquecem que foi ela a precursora de uma trágica viragem na política europeia moderna. Uma viragem para o neoliberalismo mais canalha. Para o egoísmo cego. Para a insensibilidade social. Para o recrudescimento da exploração selvagem.
Na verdade, por mais que os “cavacos” e os “passos coelhos” desta vida a venerem, há quem não esqueça que a megera foi uma espécie de Ronald Reagan de saias que, embora sem o poder bélico dele, era tão ou mais perigosa, por ser infinitamente mais inteligente que o idiótico fantoche dos “boys de chicago”, a matilha neoliberal que o dominava a seu belo prazer.
"Plagiando" (e adaptando) um locutor da velha Emissora Nacional dos tempos de Salazar, numa famosa piada de improviso e em directo na chegada da rainha Isabel II a Lisboa, piada que lhe valeu uma suspensão...
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