você, aqui, não manda nada!
Aqui, mandam Cavaco, Passos Coelho, Paulo Portas. Mandam Alexandre Soares dos Santos, Américo Amorim, Belmiro de Azevedo. Manda a Ângela Merkel, a Christine Lagarde, o Mário Draghi. Mandam a JPMorgan, a Goldman Sachs, o Banco da China, o Citigroup, a Shell, a Mobil, a PetroChina, a GazProm, a Pfizer. Manda Carlos Slim e manda Ortega, Murdoch e Li Ka-Shing. Mandam o Mexia e o Nogueira Leite, o Dias Loureiro e o Duarte Lima. Mandam o Francisco van Zeller, o Vasco de Mello, o Ricardo Salgado, o Ulrich. Manda Ferraz da Costa, manda Isabel dos Santos, manda António Borges. E ainda manda Salazar, por obra e graça dos seus seguidores, pequenos e grandes, confessos ou não.
Quem manda aqui são patrões e ladrões, sendo que alguns acumulam. Quem aqui não manda, perdoe-me a brutalidade com que o faço encarar a realidade, é você. Se julga que, lá por ir votar de tantos em tantos anos, tem uma palavra a dizer e que vive em democracia, tire os cavalinhos da chuva. O seu voto, enquanto votar como vota e em quem vota, serve para legitimar a roubalheira e perpetuar estes senhores, e tantos outros de quem falta aqui o nome, num poleiro dourado, recheado de benesses, de proveitos, de proventos de que, para si, sobram migalhas. Isto se estivermos em tempo de vacas gordas.
Os patrões uniram-se e disseram de sua justiça: querem que os partidos do arco da velha governação se entendam, cheguem a um acordo, um consenso, em fraternal entendimento para salvação da Pátria e dos seus pertences. E exigem que o PS, contra o seu programa e o seu nome, lhes faça a vontade, como tem feito ao longo das últimas décadas. É para isso que serve. Para atrair os votos do povo e servir os seus senhores, os patrões e ladrões de que reza a história.
Sendo que alguns acumulam.
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