todos os dias são sexta 13
Atiraram-nos para o desemprego. Azar. Não foi numa sexta 13. Reduziram-nos os salários, as pensões, as prestações sociais. Azar. Não tem sido às sextas 13. Subiram-nos o IVA, o IRS, o IMI e o demais por inventar. Azar. Não foi nem será só numa sexta 13. Estão a dar cabo dos serviços de Saúde e de Educação. Azar. Não está a ser às sextas 13. Fizeram substituir o Estado e a Justiça Social pela caridadezinha, o amparozinho, a lágrima de crocodilo. Azar. Mota e Jonet e produtos similares não nasceram numa sexta 13. Fazem dos professores e outros funcionários públicos carne para canhão, gente descartável, utilizável a qualquer hora e em qualquer lugar por qualquer preço. Azar. Nem Crato, nem Coelho, nem Rosalino nem a pata que os pôs ou a pata que nos põem em cima dão um ar de sua graça só à sexta 13. Vendem a Pátria por três vinténs, aos chineses, aos angolanos, aos americanos, à Merkel. Azar. Todos os dias são bons para um bom negócio menos à sexta 13, que dá azar.
Não tenham medo da sexta-feira 13. Tenham medo do Coelho, do Portas, do Rosalino, do Crato, do Branco, da Albuquerque, dos Macedos, de Cavaco. Tenham medo desses monstros - sem alma de jeito nem coração capaz - que, há mais de dois anos, nos azucrinam os dias, todos os dias, toda a hora. Tenham medo dos lobos que desceram à cidade uivando promessas e mentiras. Tenham medo do saque. Tenham medo do soco. Tenham medo do sufoco. Tenham medo do desprezo que nutrem por nós. Tenham medo da morte lenta a que nos condenaram.
Só se pode deixar de ter medo não tendo medo de enxotar os lobos.
Comentários
Para quê temer uns poucos dias do ano quando os restantes dias não são de sol?