novo conto de crianças

Norman Rockwell

O papá balbuciou hoje um par de vacuidades em defesa do seu petiz, o Pedrito. Vejam lá que o pimpolho, pobrezinho, tem sido vítima de bullying por parte dos malvados Tonecas, Caty e Jerónimo, entre outra canalhada lá da escola. Querem-no expulsar do pátio de recreio onde Pedrito se tem entretido a estraçalhar os brinquedos, a fazer as suas piruetas, a brincar aos polícias e ladrões, mais aos ladrões do que aos polícias porque cada um é para o que nasce e não se deve contrariar a vocação de cada um.

O papá não vê nada de errado no seu rebento, o melhor da ninhada. Nem os seus ímpetos de pequeno larápio, nem as patranhas que solta boca fora com o desembaraço dos grandes vígaros. O papá adora o seu menino d'oiro, protege-o das invejas dos que não têm a sua esperteza, o seu instinto de salafrário, a sua consumada velhacaria.

O papá do Pedrito, padrasto da Nação, adora o seu tesourinho. Só lhe ficam bem os bons sentimentos. Um filho é sempre um filho, mesmo que não preste para nada.

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