os queixinhas
Norman Rockwell |
Os meninos Pedro e Mariano foram fazer queixas do Alex à Sotôra Ângela e ao mestre-escola João Paulo. Invejam-lhe a popularidade, têm medo da sua frontalidade, da sua generosidade, eles que são avessos à partilha, à solidariedade, ao amor por quem quer que seja a não ser por eles e pelo desperdício dos seus umbigos. Arruaceiros e intriguistas, roubam os chupas aos outros ganapos mas eles, nem pensar!, dos seus bolsos não sai um bilas, um balão, uma bala pela certa no futuro, por agora só cotão e bedum. Cábulas, copiam nos exames com tal artimanha que ninguém dá por isso. Por baixo da carteira, dão pontapés aos putos da frente. À socapa, beliscam as miúdas, não por prazer sensual, que não têm, nunca terão, mas pelo gozo de mal fazer.
Fingem-se pobres para levar à certa os incautos, tocados pelos seus andrajos e olhos de carneiro mal morto. Querem ser alguém na vida bajulando. Espezinhando. Mentindo com todos os dentes que ainda têm na boca. Roubando canetas, borrachas, sebentas, moedas, o que lhes vier parar às mãos de dedos sujos, dadas ao gamanço. São porcos e mal enjorcados. Merecem um chumbo, nunca passarão de primários, primatas. Estão a pedir um sopapo, uma surra, um pontapé nos fundilhos.
Ou um murro nos pequenos cornos.
Fingem-se pobres para levar à certa os incautos, tocados pelos seus andrajos e olhos de carneiro mal morto. Querem ser alguém na vida bajulando. Espezinhando. Mentindo com todos os dentes que ainda têm na boca. Roubando canetas, borrachas, sebentas, moedas, o que lhes vier parar às mãos de dedos sujos, dadas ao gamanço. São porcos e mal enjorcados. Merecem um chumbo, nunca passarão de primários, primatas. Estão a pedir um sopapo, uma surra, um pontapé nos fundilhos.
Ou um murro nos pequenos cornos.
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