bailarico saloio

Coelho apoia Relvas, defende-o com unhas e dentes, à sua honra, à sua licenciatura forjada nos corredores da baixa política, labirintos de corrupção, jeitinhos, palmadinhas nas costas e servicinhos pela calada da lei. Coelho, o impoluto, o que vinha limpar Portugal, dança ao som da mesma música de Relvas. Juntinhos. Agarradinhos. Até que a morte política os separe. Foram feitos um para o outro, as carreiras profissionais e partidárias são parecidas, o pensamento serôdio é igual, o desprezo pelos portugueses é sentimento comum. São saloios armados ao pingarelho. Podiam ser irmãos. São um par contra natura. Amam-se. Apoiam-se. Sabem que este é o seu momento, do tudo ou do nada, do custe o que custar. Portugal é para os ricos, os muito ricos. E eles querem ser ricos, muito ricos. Para isso tudo fizeram para serem doutores da mula russa, mentem, ameaçam, exterminam o que de bom se fez em Portugal. Dançam a dança da morte. Que, ou me engano muito, ou os atingirá aos dois. Num canto de finados. Quando isso acontecer serei eu, com os pés de chumbo que tenho, que dançarei o vira, o malhão, o corridinho. Enquanto tiver pernas, espernearei.

Imagem: http://wehavekaosinthegarden.wordpress.com/

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