em cada esquina um amigo
Por Tiago Mota Saraiva
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Hoje faz 26 anos que deixaste de nos poder cantar a Vila Morena. Não podia deixar de o lembrar neste momento em que a “Grândola” está a ser recuperada para a luta do povo que te viu nascer. Desde a semana passada, por todo o país, o poder estremece cada vez que se ouve cantar que o povo é quem mais ordena. O sinal foi dado na Assembleia da República num momento impressionante que correu mundo.
Diz-nos o PS, imediatamente secundado pelo governo e pela esmagadora maioria dos comentadores que se alinham à noite nas televisões, que cantar a tua canção, que alguém entendeu transformar na nossa senha para a liberdade, atenta contra a liberdade de expressão de quem nos rouba o futuro. Eles, sempre juntos quando o poder estremece, passam horas a discorrer sobre os perigos da canção cantada pelos que não têm voz.
Travar quem ocupa todo o tempo mediático para fazer a propaganda que quer sem contraditório, quem intercede para despedir e censurar opiniões rebeldes ou quem faz sair notícias falsas sobre duas ou três militâncias das mil militâncias que se juntam na organização do protesto do próximo dia 2 de Março, deixou de ser um direito e passou a ser um dever. O dever de resistência.
A senha está lançada. De hoje a oito dias, os que não têm voz, de todas as cores, em todas as cidades, de todos os partidos e sem partido, sairão à rua. Encher-te-emos de orgulho. Faremos, outra vez, da tua música a nossa arma.
Fotografia: http://www.tvi.iol.pt
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