vamos à rua respirar



Por Luís Rainha
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Cada semana traz mais um roubo: ordenados, pensões, acesso à saúde, educação. Já nem sonhamos com qualidade de vida: é o próprio direito a uma vida com dignidade que nos está a ser negado.

Tudo em nome da austeridade “custe o que custar”. Em nome de “mercados” que nos vigiam e avaliam. Em nome de bancos que lucram com a crise enquanto gritam à boca cheia que só temos é de “aguentar”. Em nome de quem, amanhã, vai dar emprego aos governantes que sangram os reformados, mas poupam os lucros obscenos das PPP. E tudo para nada: a economia afunda-se, o desemprego cresce, as asneiras nas previsões multiplicam-se.

Querem que ignoremos os escândalos, o património público em saldo, as promessas eleitorais fraudulentas. Como se fôssemos todos cegos, surdos e impotentes. Mas não somos. E sabemos que nada disto é inevitável, que existem alternativas. E sabemos que a vontade do povo não entra em hibernação mal os votos são contados.

Não queremos viver assim. Não deixamos que nos tirem direitos como se fossem esmolas dos poderosos à populaça. Quando tudo seca e fecha à nossa volta, do comércio a escolas e empresas, quando o desespero sufoca os mais fracos e jovens, não podemos ficar em casa, calados, à espera que o pesadelo acabe.

Este governo julga-nos comodistas. Mas não vamos entrar no matadouro de cabeça baixa. É hora de lhes fazer frente, de lhes provar que não somos mercadoria para sacrificar e vender. Sábado vamos à rua lutar pela vida. Resistir, gritar, desfilar para correr com eles.

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