homem ao mar!
E eis que se vai dar o naufrágio do Titanic de papelão. A banda ainda toca, mas os músicos desafinam, cada qual para seu lado. O homem do leme treme mas mantém a rota. Os marinheiros, habituados ao bom tempo, andam da proa para o convés e do convés para a proa sem saber por onde estancar a água, impedir a hecatombe. Os passageiros, esses, inconscientes do perigo, dançam ao som de um tango agonizante e aplaudem a perícia, a elegância, o savoir faire do comandante. Que, agarrado ao dinheiro que tanto lhe custou a confiscar, sonha com um futuro que nunca encalhe nos escolhos da verdade, da solidariedade, do humanismo, da justiça. Deseja chegar depressa à Terra Prometida, a Ilha do Tesouro, onde o esperarão altos cargos e prebendas. Pelos serviços prestados.
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