o monólogo do larápio em dia de quase orgasmo
Eh pá, ó Pedrocas, temos que esgalhar um plano, os gajos já andam a piar que nunca mais digo onde é que lhes vamos gamar a seguir. Já os esmifrámos a torto e a direito e os calhordas, até agora, quase não têm escoucinhado. Acho que podemos ir mais longe. Mas onde? Em quê? Já lhes subimos impostos, já os despedimos que é para aprenderam a aceitar salários mais baixos, já nos atirámos aos reformados, já surripiámos na saúde e na educação, já lhes pusemos o gás mais caro, a electricidade mais cara, a água mais cara, os transportes, os médicos, as rendas de casa, fosga-se!, ando a tratos de polé e desta cachimónia iluminada que Deus me deu não sai mais nada. Vamos-lhes aos pequenos depósitos, às pequenas economias, a quem ainda as tiver? (Aos outros, aos grandes ricaços, não lhes tocamos, não lhes podemos tocar nem com uma flor.)
Já sei! Obrigamos a pagar uma taxa todos os que, a partir de agora, participem em manifestações. É uma ajuda. E àqueles bardamerdas que escrevem em blogues? Olha, tive uma ideia, pagam uma multa por cada vez que escreverem filho da puta, ou ladrão, ou cabrão, ou bandidos, ou bandalhos, quando se estiverem a referir a nós. Vai ser só milharame a entrar, brocha da boa, bagalho a dar com um pau.
E que mais? E que mais? Olha, já sei! Acabamos com a Assembleia da República, é uma poupança. Acabamos com a democracia, que sai cara como o caraças. Desfazemos o Tribunal Constitucional e mandamos os juízes para o olho da rua. Porra!, que sacana de gozo me vai dar! E damos cabo da Provedoria, da Procuradoria, de todas essas merdas que não interessam a ninguém. Vai ser um fartote Pedrocas. Quase tenho um orgasmo só de pensar! Vão ver como elas lhes mordem!
Tens é que ter paciência pá, vou mais uma vez botar as culpas em ti. E nos senhores da troika. E, claro, no Sócrates. Eu faço o que faço por patriotismo, porque não tenho outro remédio se quero salvar a Pátria e o traseiro deste glorioso filho da Pátria. É pegar ou largar, meu, é pegar ou largar! Ou isto ou dou à sola e tu ficas a chuchar no dedo, deixas de ser o rei do gamanço, declaro aberta a caça ao coelho. Com chumbos e varapaus. Escolhe!
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