os desafinados
Não, no peito dos desafinados não bate um coração. Pelo menos não destes, penetras no regabofe dos milionários. Desafinam que se fartam. Desafinam sempre que agridem os reformados, os funcionários públicos, os desempregados, os precários, os doentes e os estudantes, todos os que não são solistas na sua orquestra, não sejam cabeças de cartaz nesta grande ópera-bufa a que, muitos impávidos, outros tantos serenos, assistem em Portugal.
Afino com os desafinados. Dão-nos música, mas não alegram. É precise gritar-lhes que não vamos em cantigas, é preciso atacá-los com os metais, as cordas, o que tivermos à mão. Até ficarem sem conserto. São um desconcerto, uma tocata e fuga, um dó maior, uma cacofonia, cacaria e caca. Cantemos-lhes um requiem.
Imagens: http://wehavekaosinthegarden.blogspot.pt/
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