hoje, do rossio, vi navios, provei laranja amarga

Esta praça, vazia, não tem graça.

Pois é, meus amigos. Na minha idade, ainda sou um sonhador, um idealista. Achei que hoje o Rossio ia encher. E encheu-se, de quando em vez. De laranjas amargas, por exemplo, excitadas e impantes a caminho do Carmo, lugar de que se apropriaram como, a partir de segunda-feira, se apropriarão do resto do país. Ou muito me engano ou o povo, votante, pagante, com queda para o masoquismo, assim o vai querer. Mas, do Rossio, dizia, fiquei-me a ver laranjas amargas e navios. De gente lúcida, a gente que conta, a gente que quer mudar isto, vi pouca, pouca e boa mas que não chegou nem para encher um recanto junto à estátua. Amanhã é que é, disseram-me. Seja. Amanhã volto lá. Porque não perco a esperança. Um sonhador. Um idealista. Vai lá ter? Precisamos de si, de todos, para que isto mude. Leva tempo mas, se ainda não notou, algo está a mudar. Viu em Espanha? Em Atenas? Em Paris, Londres, Berlim? Sopram novos ventos. Faça um esforço. Saia de casa. Vai ser linda a festa, pá!

Comentários

Anónimo disse…
a clase politica forma parte do problema non da solucion, manifestate po la liberdade.-a25abril.org

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