acorda e reage, portugal!


Por Tiago Mesquita

Não sei se é hoje, amanhã ou depois. Não sei se vai ser no dia 15 deste ou do mês que se segue. Não faço ideia se será desta ou daquela forma. Mas sei, sinto, que é inevitável. Mais, é fundamental e historicamente necessário. Sei que vão ser os portugueses a escolhê-lo, fazer deste dia uma data para sempre. Fartos, exaustos que estão de esperar, confiando, acatando, acreditando e finalmente sendo traídos um sem número de vezes. Mas a verdade é que este dia não chega por si nem é carregado em ombros por quem nos mente descaradamente para conseguir o imediato, continuando depois a mentir para garantir o próprio futuro e do protetorado. O dia, esse dia, somos nós e a nossa revolta. Gosto de pensar que os dias são o que fazemos deles e não o contrário. Será o nosso dia, não deles. O Portugal de sonho de que nos falam ao ouvido e de mansinho, o vosso Portugal de sonho, aquele que nos vendem eleição atrás de eleição, tem sido o nosso pesadelo. É isto que temos. Um país desacreditado, socialmente empobrecido e tecnicamente falido.

No dia em que a sociedade civil tomar conta do país, no dia em que os melhores, mais qualificados, prodigiosos e competentes tenham o atrevimento de se dedicarem de corpo e alma à causa pública sem contrapartidas paranormais, no dia em que deixarmos de alimentar gerações e gerações de 'jotinhas', muitos deles incompetentes, incultos, mal formados, licenciados à pressa e sem vergonha com tão fácil acesso ao poder nesta jovem e inexperiente democracia (transformando-se este pequeno ninho num enorme vespeiro que caracteriza parte da classe política, a que nos suga e que delapida o país sem vergonha ou pesar em beneficio sempre, mas sempre dos mesmos, das mesmas famílias, empresas, bancos e interesses) talvez nesse dia distante e improvável Portugal consiga voltar a sonhar. Voltar a ser um país livre. Até lá estamos nas mãos deles. Gosto de pensar que um dia vão estar eles nas nossas.

"Amigo" Pedro. No meio da ladainha - aquela espécie de mensagem paternalista que decidiu escrever à nação via Facebook - disse uma coisa acertada, que passo a transcrever: "esta história não acaba assim". Estamos de acordo. Agora acredite, não vai ser o senhor a escrever o ponto final nesta história. O senhor é apenas mais uma vírgula errática entre muitos vírgulas tortas de um longo e sinuoso texto. O final vamos nós escrevê-lo, um dia destes.

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