a césar os deboches do césar
Ai senhores que até me ia dando uma coisinha má, o abominável César das Neves voltou a dar sinais de (má) vida. E para botar faladura, apanágio da cavalgadura, sobre a sacralidade da família, a aberrante emancipação feminina, o grande bacanal de que é feita a vida moderna.
Sabia que, no entender do abominável Neves, as mulheres que prezam a sua independência se masculinizam? Sabia que a liberdade sexual das últimas décadas mais não fez do que levar-nos a todos ao "altar do deboche"? Sabia que as "ameaças ecológicas" não só são exageradas como estão já resolvidas? E que dizer daqueles homens e mulheres dos tempos negros que ora correm, essa gente que apenas procura o sucesso na carreira profissional e que só pensa no seu próprio prazer (carnal, depreendo eu), desprezando a possibilidade de um casamento feliz e dando origem a casais amigados e a outros costumes pavorosos de tão indecentes? O erro fatal do ser humano, remata César, é ter colocado o seu destino fora de casa, seja lá o que isso queira dizer mas deduzo que, segundo Neves, o lugar da mulher é a cozer feijão, a coser meias e a procriar de luz apagada e, de preferência, vestida.
O abominável dá a entender, chavão tão usado pelos césares da opinião mundana da rádio, televisão e cassete pirata, que a falta de fecundidade faz com que o Estado Social tenha que ser repensado. Mas Neves é optimista: segundo ele, os políticos e economistas já estão a resolver a questão.
O que César quer sei eu, acabar com essa coisa horrível de acudir aos doentes e proteger os pobres a não ser através da caridade, das sopinhas do Sidónio, dos albergues da mendicidade. Era esse o ponto a que César queria chegar, não se conseguiu foi explicar. Acontece aos piores.
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