que ferro, rodrigues!
As oposições são meigas com Passos Coelho, Catarina Martins é talvez a única excepção: com veemência, e a estridência que a faz perder alguns pontos, invectiva o primeiro com garra e razão. Então Ferro, o líder da bancada socialista, pareceu ontem estar em amena cavaqueira com Coelho, tive quase a ilusão de vê-los, caturras e compinchas, de uísque velho na mão, a lareira acesa, os sorrisos abertos, o calor humano a pairar no salão dos nobres, a charla a correr ligeira sobre o estado da Nação cada qual brandindo, com brandura, as suas crenças, teimosias, paixões, convicções. É por estas e por outras que cada vez menos acredito que o PS seja a solução, mas antes o prolongar da agonia em que, soterrados, sufocamos.
Mas adiante. Passos ganhou, acaba sempre por ganhar, deve ter nascido com o rabo virado para o satélite dos românticos, porventura para soltar um flato com o estrépito dos bem aventurados de intestinos pois não me consta, nem a mim nem a ninguém, que a criatura seja dada a devaneios poéticos ou a quaisquer outras mariquices de vate pindérico. Na realidade, triste realidade a nossa, o assunto das dívidas ao Fisco e à Segurança Social, apesar de permanecer demasiado nebuloso, vai ficar esquecido. Tal como já ninguém fala do caso Tecnoforma onde tudo, absolutamente tudo, ficou por esclarecer.
E assim se vai indo, à boa maneira dos portugueses sofredores. Com gente desta a guiar-nos os passos, a abrir-nos portas, a levar-nos ao monte negro da pobreza, do desemprego, da desesperança. Que ferro!
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