belém não vale um cavaco
Andam por aí a dizer que hoje é que é, que o Conselho de Estado vai destituir o governo e promover (e aqui as opiniões dividem-se) ou novas eleições ou um governo de iniciativa presidencial. Desenganem-se, que já são crescidinhos. Primeiro, porque o Conselho de Estado é constituído, na sua grande maioria, por gente do regime, agarrada aos seus tachos e prebendas. Depois, porque o presidente da República é quem decide, não o Conselho do Estado. E o Presidente da República já deu provas bastantes da sua inutilidade. É uma espécie de Portas. Pela frente, critica as medidas. Pelas costas, apoia-as. É desta opinião e da contrária se preciso for. Agarra-se ao poder como o náufrago se agarra ao bote de salvação. Mesmo que, para não ir ao fundo, tenha que empurrar outros para o mar, para os tubarões. O presidente da República é o que é. Nada. Ninguém. Um zero à esquerda e à direita. Uma figura que nem sequer decorativa é. Belém, o palácio, ficou mais feio.
Eu vou esta tarde para Belém. Ai pois vou. Mas não estou à espera de milagres. O mais que me pode acontecer é ver os conselheiros a passar nos seus carros de luxo. Enquanto o lixo, cá fora, protesta e desespera.
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