o banco alimentar também serve para engordar o estado
Há já um bom par de anos que deixei de sustentar o bom nome da Jonet. Pelo que ela é, pelo que ela diz, pelo que ela representa, a caridadezinha à la page, sem pó de arroz nem pó de talco, coisas demodée, mas com muito rouge, muita máscara, muito disfarce de santa. E deixei de contribuir também por causa dos milhões que, por via das campanhas do Banco Alimentar, entram nos cofres do Belmiro e do Alexandre, os nababos de mercearia, e do Estado através do IVA.
Tudo come à conta do pagode benemérito. Em nome de quem tem fome, o que é grossa obscenidade. Eu vivi de perto esses tempos, do bodo aos indigentes, da ceia pelo Natal, dos saraus de beneficência, das senhoras da caridade, da esmola para os pobres da Conferência de São Vicente de Paulo, da sobranceria com que se olhavam os rejeitados pela sorte, espere na rua, veja lá se vai gastar em vinho, volte cá para a semana.
Não quero revivê-los.
Não quero revivê-los.
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