acudam, ai jesus, acudam que o homenzinho está em apuros!


Caiu que nem uma bomba na redacções dos jornais: Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, o simples trabalhador, está com dificuldades de financiamento por parte de bancos estrangeiros. Portugueses de boa vontade, generosos como poucos, vamos unir-nos, fazer rifas, quermesses, colectas, vaquinhas, saraus de caridade, jantares de beneficência, vamos ajudar o Américo, o Amorim das cortiças, a conseguir aumentar a sua fortuna. É uma vergonha, uma autêntica vergonha, um escarro na cara de todos nós, que a banca, ainda por cima estrangeira, se recuse a emprestar dinheiro a homem de tal gabarito, tão só o mais rico, o mais fino de Portugal. E peço desde já ao Sr. Passos Coelho, não sei se doutor, a gente já desconfia de tudo e de todos, que ajude o Américo, o Amorim trabalhador. Em seu amparo, aumente-se o IVA, corte-se o salário mínimo para metade, instituam-se dias de trabalho em que os salários dos portugueses revertam a favor do Américo, o generoso Amorim. Se os bancos são ajudados, Amorim é mais do que um banco, é uma instituição nacional, um orgulho pátrio, um monumento à desenvoltura, ao desenrascanço nacional. Merece tudo. Merece os nossos sacrifícios, a nossa solidariedade. Portugueses: é agora ou nunca, ajudemos a obra do nosso padre Américo.

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