borges e a borga
A borga, claro está, é a do capital à solta, entre champanhe e putas finas.
Também eu fiquei indignado, enojado com a entrevista que o Tonico Bastos, muito frequentador dos Bataclans onde o dinheiro se entretém em orgias, deu ontem ao Público. Mas como destas coisas de economia há quem saiba mais do que eu, que dou conta das contas cá de casa e sabe deus e deus sabe, vou dar a palavra aos meus compagnons de route e de escrita:
Amparos e Invulnerabilidades
João Rodrigues
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/
Os banqueiros sentem-se muito desamparados e a banca é um sector muito vulnerável.
A parceria público-privada entre Passos Coelho, Leonor Beleza e Alexandre Soares dos Santos, também conhecida por António Borges, deu a sua enésima entrevista, desta vez ao Público: insana ortodoxia económica, que esquece todos osparadoxos da economia da depressão por si favorecida, ao serviço de todas as idas ao pote por parte do capital, onde avulta a fracção financeira, que espera adquirir activos a preço de saldo graças à crise – “Passo parte do meu tempo a falar com investidores estrangeiros, aqueles que querem entrar no momento certo”.
Na entrevista, Borges revela a identificação total com a visão do bloco social europeu liderado pelo capital financeiro alemão e com o seu projecto de classe de longo prazo, que teve em Maastricht e no euro os seus desenvolvimentos políticos e institucionais cruciais. Isto é mais do que compreensível sendo Borges quem é. Borges sabe que as coisas são como são feitas no campo monetário e financeiro, onde se criam todos os enviesamentos estruturais nas políticas públicas, como é o caso do salário directo e indirecto a funcionar como variável necessária de ajustamento no euro, conduzindo a uma alteração, há muito em curso, da repartição do rendimento entre trabalho e capital. Tivessem todos os adversários dos Borges desta vida a mesma clarividência e a coisa seria, talvez, um pouco diferente, porque as rupturas a fazer estariam mais claras.
É claro que Borges tem de fingir que os interesses da sua minoria equivalem ao interesse público. Manter a hegemonia exige que estes intelectuais orgânicos façam da aldrabice modo de vida. Alguns exemplos: o poder de compra dos salários da função pública cai 30%, entre 2000 e 2012, embora Borges fale como se tivesse ocorrido um qualquer regabofe aí; a Grécia implementou um programa selvagem de austeridade, que conduziu a uma das maiores depressões em tempos de paz, e Borges acha que nada falhou porque nada foi aplicado; as garantias dos países aos empréstimos no quadro do fundo europeu, desenhadas para minorar perdas dos credores financeiros, são apresentadas como exemplo de “solidariedade”. E podíamos continuar. Enfim, ler esta entrevista ajuda a definir prioridades e a identificar o adversário principal e todas as estruturas que o amparam e o tornam aparentemente invulnerável.
* “convém lembrar que, em Portugal, nos últimos anos, subiram-se os ordenados da função pública muito mais do que no sector privado.” – erro do jornalista, ele disse nos últimos anos do século passado.
* “No final deste ano, a nossa conta corrente com o estrangeiro já estará equilibrada” – António, o desequilibrado mental.
“é que nos últimos dez anos a FP foi muito privilegiada em relação ao sector privado” – ele não estava cá mas contaram-lhe
“há uma hostilidade política contra os bancos, como por exemplo, se verificou agora em Inglaterra com o caso Barclays.” – tadinhos.
“O que se passou é que há um sistema a funcionar facilmente manipulável e, em determinada altura, o Barclays entrou nesse jogo e foi obrigado a admiti-lo.” – isto de ser o homem da Goldman Sachs em Portugal é complicado. Entre a criminalidade organizada internacional somos uns para os outros, pensa o António Borges com o seus milhões.
Amparos e Invulnerabilidades
João Rodrigues
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/
Os banqueiros sentem-se muito desamparados e a banca é um sector muito vulnerável.
A parceria público-privada entre Passos Coelho, Leonor Beleza e Alexandre Soares dos Santos, também conhecida por António Borges, deu a sua enésima entrevista, desta vez ao Público: insana ortodoxia económica, que esquece todos osparadoxos da economia da depressão por si favorecida, ao serviço de todas as idas ao pote por parte do capital, onde avulta a fracção financeira, que espera adquirir activos a preço de saldo graças à crise – “Passo parte do meu tempo a falar com investidores estrangeiros, aqueles que querem entrar no momento certo”.
Na entrevista, Borges revela a identificação total com a visão do bloco social europeu liderado pelo capital financeiro alemão e com o seu projecto de classe de longo prazo, que teve em Maastricht e no euro os seus desenvolvimentos políticos e institucionais cruciais. Isto é mais do que compreensível sendo Borges quem é. Borges sabe que as coisas são como são feitas no campo monetário e financeiro, onde se criam todos os enviesamentos estruturais nas políticas públicas, como é o caso do salário directo e indirecto a funcionar como variável necessária de ajustamento no euro, conduzindo a uma alteração, há muito em curso, da repartição do rendimento entre trabalho e capital. Tivessem todos os adversários dos Borges desta vida a mesma clarividência e a coisa seria, talvez, um pouco diferente, porque as rupturas a fazer estariam mais claras.
É claro que Borges tem de fingir que os interesses da sua minoria equivalem ao interesse público. Manter a hegemonia exige que estes intelectuais orgânicos façam da aldrabice modo de vida. Alguns exemplos: o poder de compra dos salários da função pública cai 30%, entre 2000 e 2012, embora Borges fale como se tivesse ocorrido um qualquer regabofe aí; a Grécia implementou um programa selvagem de austeridade, que conduziu a uma das maiores depressões em tempos de paz, e Borges acha que nada falhou porque nada foi aplicado; as garantias dos países aos empréstimos no quadro do fundo europeu, desenhadas para minorar perdas dos credores financeiros, são apresentadas como exemplo de “solidariedade”. E podíamos continuar. Enfim, ler esta entrevista ajuda a definir prioridades e a identificar o adversário principal e todas as estruturas que o amparam e o tornam aparentemente invulnerável.
António Borges falou e disse
João José Cardoso
http://aventar.eu
Azares de Verão: ouvir da boca de Marcelo Rebelo de Sousa que a entrevista de António Goldman Borges Sachs é a melhor defesa feita do governo ainda em funções.
Elogio mais subtilmente homicida não há. Nem é por ali estar todo um outro programa, de canalhice puramente sexual ao sabor das elites. Tinha lido a coisa, sublinhado umas citações, pensando comentá-las. Depois de em directo na TVI o herdeiro de Baltazar executar a vítima, arrastando mais onze ministros atrás, fico-me pelas citações e pouco mais. A rigor, foi mesmo suicídio, façam o vosso julgamento:
João José Cardoso
http://aventar.eu
Azares de Verão: ouvir da boca de Marcelo Rebelo de Sousa que a entrevista de António Goldman Borges Sachs é a melhor defesa feita do governo ainda em funções.
Elogio mais subtilmente homicida não há. Nem é por ali estar todo um outro programa, de canalhice puramente sexual ao sabor das elites. Tinha lido a coisa, sublinhado umas citações, pensando comentá-las. Depois de em directo na TVI o herdeiro de Baltazar executar a vítima, arrastando mais onze ministros atrás, fico-me pelas citações e pouco mais. A rigor, foi mesmo suicídio, façam o vosso julgamento:
* “convém lembrar que, em Portugal, nos últimos anos, subiram-se os ordenados da função pública muito mais do que no sector privado.” – erro do jornalista, ele disse nos últimos anos do século passado.
* “No final deste ano, a nossa conta corrente com o estrangeiro já estará equilibrada” – António, o desequilibrado mental.
“As pessoas começaram a poupar mais, em particular em artigos de luxo, automóveis.” – é mesmo por isso que a Mercedes, perdão, a Peugeot quer fechar uma fábrica.
* “Precisamos de uma reforma profunda do sector público que nos permita pagar melhor aos funcionários públicos.” – de nomeação política, entenda-se
“é que nos últimos dez anos a FP foi muito privilegiada em relação ao sector privado” – ele não estava cá mas contaram-lhe
“há uma hostilidade política contra os bancos, como por exemplo, se verificou agora em Inglaterra com o caso Barclays.” – tadinhos.
“O que se passou é que há um sistema a funcionar facilmente manipulável e, em determinada altura, o Barclays entrou nesse jogo e foi obrigado a admiti-lo.” – isto de ser o homem da Goldman Sachs em Portugal é complicado. Entre a criminalidade organizada internacional somos uns para os outros, pensa o António Borges com o seus milhões.
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